O deputado federal e ex-secretário da Saúde de Salvador, Leo Prates (PDT), realizou uma análise do sistema de saúde na Bahia em uma recente entrevista ao Correio. Para ele, a questão mais crítica enfrentada pelo sistema de saúde no estado não reside na quantidade de hospitais disponíveis, mas sim na elevada demanda por serviços. Prates argumenta que a solução para essa problemática deve ser a consolidação da atenção básica nos municípios, a descentralização dos serviços da capital e a melhoria na logística de transporte de pacientes.
“Se não conseguirmos reduzir a demanda, a construção de um milhão de hospitais não será suficiente para atender à população”, enfatizou Prates ao Correio. Ele acredita que o governo estadual deve adotar medidas incentivadoras, como premiar os municípios que apresentarem diminuição em indicadores críticos, como os casos de amputações resultantes de diabetes, promovendo assim a prevenção e o cuidado com a saúde.
O parlamentar ressaltou a importância de reequilibrar o Sistema Único de Saúde (SUS) na Bahia. Isso inclui a necessidade de especialização dos hospitais gerais, especialmente em cidades do interior, bem como a descentralização das estruturas hospitalares que atualmente estão concentradas na capital. Como exemplo, ele mencionou o Hospital Ortopédico, que poderia ter sido estabelecido em regiões como Alagoinhas ou Santo Antônio de Jesus, onde a demanda por cirurgias ortopédicas, principalmente devido a acidentes de moto, é bastante significativa.
Além disso, Prates sublinhou a urgência de investimentos em ambulâncias de suporte avançado e UTIs aéreas. Essas medidas visam acelerar o transporte dos pacientes e assegurar o que ele denominou de “giro de leitos”, permitindo um aumento na capacidade de atendimento dos hospitais. Com essa estratégia, espera-se otimizar os recursos disponíveis e garantir que mais pacientes tenham acesso aos cuidados necessários.
Quando o assunto é o Planserv, que tem sido alvo de críticas por parte de servidores públicos, Prates defende a regulamentação dos planos de autogestão. Atualmente, esses planos operam à margem das normas estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), resultando em serviços de qualidade inferior e custos excessivos. Para ele, a regulamentação é uma necessidade urgente para garantir um atendimento digno e acessível.
Por fim, em relação às eleições de 2026, Prates expôs suas opiniões, afirmando que o debate em torno da saúde deve focar na redução da demanda e no suporte estruturado aos municípios. Ele expressou sua confiança na candidatura de ACM Neto, acreditando que ele será uma figura central na condução dessas discussões importantes para o futuro da saúde no estado.