No último sábado (10), a cidade de Salvador celebrou os 339 anos de consagração a São Francisco Xavier, padroeiro da capital baiana. A missa, presidida pelo bispo auxiliar Dom Marco Eugênio, ocorreu na Catedral Basílica do Santíssimo Salvador. O vereador Maurício Trindade (PP), primeiro vice-presidente da Câmara Municipal, representou o presidente Carlos Muniz (PSDB) na celebração, um evento que acontece anualmente nesta data.
Durante a cerimônia, Maurício Trindade fez a leitura da renovação dos votos de devoção a São Francisco Xavier e reafirmou o compromisso dos vereadores com a população soteropolitana: “Dirijo-me aos soteropolitanos nesta data especial, que celebra o dia do nosso santo padroeiro. Renovamos nossos votos de devoção e nos comprometemos a representar os anseios e demandas do nosso povo, sempre motivados a defender e promover o bem comum, alicerçados nos princípios da justiça e da fraternidade entre os povos”, afirmou o vereador.
A celebração contou com a presença da vereadora Marta Rodrigues (PT), do vereador licenciado Alberto Braga (União), dos ex-vereadores Marcelo Maia (DC) e José Carlos Fernandes (PSDB), além do jornalista e agitador cultural Clarindo Silva, figura marcante do evento. Marta Rodrigues destacou a importância de São Francisco Xavier para a cidade e para a Casa Legislativa: “Devemos valorizar esse movimento, pois Salvador tem atraído muitas pessoas e é necessário fortalecer o turismo religioso. Isso cria novas oportunidades, aquece a economia e impulsiona o empreendedorismo”, defendeu a vereadora, ressaltando a relevância da economia solidária e do turismo religioso na geração de renda para as famílias locais. “Que São Francisco Xavier nos proteja e nos abençoe”, completou.
Devoção viva
Na homilia, Dom Marco Eugênio enfatizou a importância de manter viva a devoção ao padroeiro da cidade: “A festa de hoje é uma oportunidade para louvar e agradecer a intercessão de São Francisco Xavier, que libertou Salvador da peste”. O bispo abordou temas como fé, amor, sacrifício e mistério, relembrando que a missão da Igreja é restaurar a dignidade humana e a vida: “Fisicamente morremos, mas continuamos vivos no coração do Pai”. Ele incentivou a congregação a se tornar instrumentos de Deus, dedicando-se ao serviço comunitário e ao projeto maior de salvação. Dom Marco Eugênio também ressaltou a importância da intercessão entre os indivíduos.
Após a missa, o busto-relicário de São Francisco Xavier foi levado em procissão pelo Terreiro de Jesus, retornando à Catedral Basílica. Vereadores e fiéis participaram ativamente, carregando o andor e renovando a fé diante da imagem do santo, lembrando sua intercessão por Salvador.
Este ano, o cardeal Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, não pôde presidir a solenidade, pois estava no Vaticano, participando do conclave que escolheu o novo papa, o norte-americano Robert Francis Prevost, agora conhecido como Papa Leão XIV.
Padroeiro
Salvador é uma das poucas cidades do mundo cuja Câmara Municipal teve um papel decisivo na escolha de seu padroeiro, encaminhando uma solicitação diretamente ao Vaticano. São Francisco Xavier foi proclamado padroeiro da cidade após uma mobilização popular que convenceu as autoridades locais a enviar a petição ao papa. Na época, a cidade havia superado duas epidemias, e os fiéis atribuíram as graças recebidas à intercessão do santo. A solicitação foi atendida em 10 de maio de 1686, por meio de uma bula papal que oficializou São Francisco Xavier como protetor de Salvador e do Legislativo Municipal.
Trajetória – Nascido em 1506, no Reino de Navarra (atualmente parte da Espanha), Francisco Xavier veio de uma família nobre e estudou na renomada Universidade de Paris. Fluente em várias línguas e profundo conhecedor de filosofia e humanidades, sua trajetória religiosa começou no Seminário de Veneza, culminando em sua ordenação sacerdotal em 1536. Dedicou sua vida à evangelização no Oriente, atuando principalmente na Índia e Japão, e é considerado um dos maiores missionários da história da Igreja. Faleceu aos 46 anos, em 1552, e foi beatificado em 1605, sendo canonizado em 1622 pelo Papa Gregório XV.