Em um artigo recente publicado no jornal Correio, o ex-ministro e ex-secretário estadual Waldeck Ornelas lançou um apelo fervoroso em defesa da engenharia baiana. Ele destacou a importância histórica desse setor, seu papel estratégico no desenvolvimento da região e o preocupante cenário de descaso que afeta instituições tradicionais, como a Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Waldeck Ornelas trouxe à tona o protagonismo da engenharia na Bahia, que remonta até mesmo ao período anterior à formalização do ensino na área. Ele citou nomes icônicos, como os irmãos Rebouças e Teodoro Sampaio, como exemplos do pioneirismo baiano. Desde a criação da antiga Escola Politécnica da Bahia, no final do século XIX, até sua integração à Ufba em 1946, a engenharia se consolidou como um motor fundamental para os avanços técnicos, econômicos e sociais do estado.
“Mais do que nunca, a criação de condições de competitividade para um país depende fortemente de uma engenharia moderna, ativa e inovadora”, sublinhou. Para o autor, os desafios impostos pelo crescimento brasileiro exigem prioridade na área de engenharias, e a Bahia não pode se dar ao luxo de negligenciar esse setor estratégico.
O ex-ministro também ressaltou a relevância da Universidade Senai Cimatec, uma instituição de ensino superior criada pela indústria baiana, que já conquistou reconhecimento tanto nacional quanto internacional. Contudo, Waldeck Ornelas advertiu que isso não deve servir como justificativa para relegar a tradicional Escola Politécnica da Ufba a um segundo plano.
Com 11 cursos de graduação, oito mestrados e seis doutorados, a Escola Politécnica é a maior unidade de ensino, pesquisa e extensão da Ufba, mas enfrenta um cenário de abandono. O autor expressou sua preocupação com a paralisação das obras de expansão do prédio-sede da Escola, que foi projetado pelo renomado arquiteto Diógenes Rebouças e que permanece inacabado há décadas.
O primeiro bloco foi inaugurado em 1960, mas o segundo continua sendo apenas um esqueleto de concreto que, ao longo de 65 anos, compromete tanto a paisagem quanto a funcionalidade do campus da Federação. “Não basta concluir a obra. É imprescindível instalar laboratórios e salas de aula adequadas para atualizar o ensino de engenharia na Ufba”, enfatizou Waldeck Ornelas.
O artigo conclui com um apelo direto aos parlamentares baianos, sugerindo que pequenas contribuições individuais, por meio de emendas parlamentares, poderiam viabilizar a conclusão da estrutura e proporcionar um novo impulso à engenharia pública no estado.
“Será que daria para, com uma pequena contribuição de cada um dos deputados e senadores baianos, enviar uma emenda via pix para finalizar a Politécnica da Ufba?”, instigou Waldeck Ornelas.