O Ministério Público de São Paulo (MPSP) apresentou uma denúncia contra cinco indivíduos envolvidos em um atentado forjado que teve como alvo o então prefeito e candidato à reeleição José Aprígio da Silva (Podemos). O incidente ocorreu em Taboão da Serra (SP), quando José Aprígio foi baleado às vésperas das eleições de 2024, enquanto retornava de um compromisso de campanha na Rodovia Régis Bittencourt.
De acordo com as investigações realizadas pelo MPSP, o plano arquitetado tinha como objetivo impulsionar a candidatura de José Aprígio à reeleição, utilizando a simulação de um atentado com a intenção de influenciar a opinião dos eleitores. Se a Justiça acolher a denúncia, os três executores do crime enfrentarão acusações de quatro tentativas de homicídio com dolo eventual, além de incêndio e adulteração de sinal identificador de veículo. Os dois intermediários, por sua vez, podem ser processados pelas tentativas de homicídio, também com dolo eventual.
Denúncia
Na denúncia, o promotor Juliano Atoji revela que, pouco antes do segundo turno das eleições municipais, os denunciados se reuniram sob a orientação de pessoas ligadas ao grupo político do então prefeito e candidato à reeleição. “A estratégia era simular uma tentativa de homicídio político com a finalidade de promover a candidatura. Conforme as investigações, os acusados planejavam dividir um montante de R$ 500 mil pela execução do crime”, explica o promotor.
No dia e no local determinados, os executores utilizaram um veículo com placas, chassi e motor adulterados para se aproximar do carro ocupado por José Aprígio e mais três pessoas, incluindo um secretário municipal. Os disparos foram efetuados com um fuzil AK-47, adquirido alguns dias antes por R$ 85 mil. Apesar de o veículo ser blindado, dois projéteis conseguiram perfurar a carroceria e atingiram o político, causando ferimentos em seu braço esquerdo e próximo à clavícula esquerda. Após o ataque, os criminosos fugiram do local e incendiaram o automóvel utilizado na ação.
Na denúncia, constata-se que “os denunciados assumiram o risco de ceifar a vida das quatro vítimas, uma vez que tinham pleno conhecimento do poder letal das armas que seriam utilizadas na empreitada criminosa, assim como do local da execução e da condição do veículo que abrigava as vítimas, cuja blindagem do tipo 3A foi transfixada”, afirma o promotor.
O promotor classifica as tentativas de homicídio como qualificadas, citando o recurso que dificultou a defesa das vítimas, o uso de armas de fogo de uso restrito e a situação de perigo comum. Essas informações foram divulgadas pela Agência Brasil.