Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia, expressou sua indignação em relação a uma declaração feita pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha. Durante uma sessão realizada na última terça-feira (18), Noronha fez uma piada de teor xenofóbico ao afirmar que “baiano que joga basquete arremessa a bola na sexta e ela só cai no sábado”. O comentário gerou reações instantâneas e negativas, principalmente entre os baianos.
Rodrigues não hesitou em criticar a fala do ministro, destacando que se trata de uma manifestação de xenofobia. Em suas redes sociais, ele declarou na quarta-feira (19): “É xenofobia pura. É estarrecedor ouvir, em pleno 2025, uma autoridade reproduzir um estereótipo preconceituoso contra o povo baiano.” O governador ressaltou a importância de defender a imagem da Bahia, afirmando que não aceitará que o estado seja reduzido a uma visão superficial e distorcida. “Nosso povo é inteligente, trabalhador, competente e dedicado. Não vamos normalizar esse tipo de discurso. Respeite a Bahia”, completou.
O comentário de Noronha ocorreu durante uma reunião da Quarta Turma do STJ, quando o magistrado Raul Araújo mencionou sentir dores no joelho por causa da prática do basquete. Em resposta, Noronha fez sua piada sobre a suposta falta de agilidade dos baianos, provocando risadas entre seus colegas. No entanto, a tentativa de humor rapidamente se transformou em um ponto de controvérsia.
Após a repercussão negativa, João Otávio de Noronha tentou minimizar a situação ao afirmar: “Os baianos que me perdoem, tenho uma simpatia enorme pela Bahia. Não me expulsem de lá porque eu adoro acarajé.” Apesar de suas palavras, as críticas nas redes sociais aumentaram, evidenciando que o preconceito contra o povo nordestino permanece uma questão delicada e relevante. O incidente reacendeu debates sobre estereótipos que historicamente marginalizam os nordestinos, levando muitos a se manifestarem contra tais comentários.
Até o momento, o STJ não se pronunciou oficialmente sobre o episódio, mas a fala de Noronha já está sendo amplamente discutida em vários fóruns. Muitos defendem que é necessário um posicionamento claro da instituição sobre comportamentos que perpetuam o preconceito. A pressão sobre o STJ para se manifestar é crescente, especialmente em um momento em que a sociedade busca maior respeito e inclusão para todos os cidadãos, independentemente de sua origem.