A aprovação do regime de urgência para dois projetos do pacote de corte de gastos apresentado pelo governo para cumprir a meta fiscal foi aprovada pela Câmara nesta quarta-feira (4) por uma margem curta de votos. Com a decisão, as propostas terão a análise acelerada e não precisarão passar pelas comissões temáticas, podendo ser analisadas diretamente no plenário. Surpreendentemente, a bancada da Bahia teve um posicionamento divergente em relação à urgência das duas proposições.
Foram aprovadas duas urgências: para o projeto de lei complementar que altera o arcabouço fiscal, com 260 deputados a favor, 98 contrários e dois se abstendo; e para a proposta que busca limitar o crescimento de benefícios e fazer uma espécie de “pente-fino” em programas sociais, com 267 votos favoráveis, 156 contrários e 37 abstenções. O número mínimo de votos necessários para aprovação era de 257.
Entre os parlamentares baianos, o deputado Elmar Nascimento, mesmo buscando se aproximar do governo com o objetivo de ocupar uma cadeira na Esplanada dos Ministérios, votou contra as duas urgências, seguindo o entendimento da maioria de seu partido, o União Brasil, que está descontente com as novas regras para o pagamento das emendas parlamentares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Nenhum membro baiano do União Brasil votou a favor nas duas proposições. No entanto, houve surpresas também no campo da oposição. O deputado Adolfo Viana (PSDB), por exemplo, votou a favor do governo nos dois projetos, mesmo pertencendo a um partido adversário. Já o deputado Jonga Bacelar, do PL e apoiador do presidente Lula (PT), também apoiou as urgências. Por outro lado, o deputado Ricardo Maia (MDB), da base do Planalto, se ausentou durante a votação.