A polêmica instaurou-se na esteira do espetáculo da icônica Madonna, realizado no sábado (4), na Praia de Copacabana, Rio de Janeiro, e ganhou contornos políticos com a intervenção do deputado federal Pastor Sargento Isidório, do Avante da Bahia. O parlamentar, conhecido por suas posições conservadoras, classificou a apresentação da “Rainha do Pop” como uma “cachorrada” e anunciou a intenção de apresentar um projeto de lei para proibir qualquer forma de encenação de atos sexuais em shows no Brasil.
Durante sua fala na sessão da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (8), Isidório sustentou sua proposta argumentando que tais performances contribuem para a erotização precoce das crianças e adolescentes. Segundo ele, Madonna teria realizado cenas de sexo explícito, incluindo simulações de sexo oral, masturbação e sexo anal estimulado, em frente a uma audiência de aproximadamente 1,6 milhão de pessoas.
O projeto de lei proposto pelo deputado baiano visa proibir qualquer forma de encenação de atos sexuais explícitos em espaços públicos ou acessíveis ao público, com ou sem a presença de crianças e adolescentes. Aqueles que descumprirem a lei estariam sujeitos a multas e até mesmo prisão em flagrante.
As reações à proposta de Isidório têm sido diversas. Enquanto alguns aplaudem a iniciativa como uma forma de proteger a infância e preservar os valores morais da sociedade, outros a veem como uma tentativa de censurar a liberdade artística e de expressão. Afinal, até que ponto o Estado deve intervir na arte e na cultura em nome da moralidade pública?
Além disso, o momento escolhido para o debate não poderia ser mais delicado. Enquanto Madonna realizava seu espetáculo grandioso, o Rio de Janeiro e outros estados enfrentavam as devastadoras consequências de enchentes, deixando milhares de pessoas desabrigadas e causando danos irreparáveis.