Estudo clínico amplia chance de SUS ter tratamento pioneiro contra câncer

Por Redação
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Manchas pretas no exame são tumores. O primeiro foi realizado há um mês, quando o paciente chegou ao hospital. Nesta semana, o resultado do exame mostra que a maioria das manchas desapareceu, e as que restam sinalizam a evolução da terapia. — Foto: Reprodução/Fantástico

Terapia inédita na América Latina teve resultado positivo na luta contra o câncer de linfoma não Hodgkin. O paciente Vamberto Luiz de Castro foi tratado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP com imunoterapia através de células Car T, técnica dos Estados Unidos e da Europa que teve uma plataforma inteiramente brasileira. O desafio agora é ampliar as condições para que se torne um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). O Jornal da USP no Ar conversa sobre a iniciativa com o professor da FMRP, Dimas Tadeu Covas, coordenador do Centro de Terapia Celular e do Instituto Nacional de Células-Tronco e Terapia Celular.

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A pesquisa que possibilitou esse avanço teve início há quatro anos e meio, logo quando foram publicados os primeiros trabalhos nesse assunto. Agora, mais quatro pacientes foram incluídos nos estudos e estão na fase de produção das células Car T, algo um tanto demorado, mas que deve criar uma base de dados para a próxima fase do estudo clínico e que permitirá desenvolvê-lo verdadeiramente como um produto. “Com esses dados, haverá condição de submeter a apresentação aos órgãos competentes (como a Anvisa) em estudo clínico, que compara dados da própria literatura com dados do remédio padrão que seria comum”, explica Covas. Ele enfatiza que isso prevê infraestrutura, investimento e apoio governamental.

A escolha dos pacientes advém daqueles que não têm mais opções terapêuticas. Vamberto de Castro, no caso, foi tratado com o que estava disponível antes, mas não respondeu a nenhum dos métodos e só recebia tratamentos paliativos. Depois disso, a imunoterapia individualizada entrou em ação. Hoje, a doença não se manifesta mais e o paciente está em franca recuperação. “Então, demora para ser feito, mas atinge um resultado espetacular”, afirma o professor, que completa: “A imunoterapia celular é muito mais próxima da biologia do paciente, muito mais natural e fisiológica”.

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