Uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do RJ prendeu, na manhã desta quinta-feira (4), 42 pessoas suspeitas de integrar uma milícia que invadiu a cidade de Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio.
Comandado por Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, o grupo paramilitar exigia o pagamento de taxas da população e de grandes empresas.
Segundo as investigações, os milicianos fizeram cobranças até ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), cujas obras foram retomadas no ano passado. A polícia ainda não divulgou se o Comperj fez os pagamentos exigidos pelos milicianos. Já se sabe que um dos alvos das investidas dos criminosos era o transporte de funcionários ao complexo.
A força-tarefa afirma que o bando lucrava pelo menos meio milhão todos os meses. Orlando Curicica está no presídio federal de Mossoró (RN). Ele é um dos alvos desta operação. Curicica também é apontado como um dos suspeitos na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes.
Braço direito de Curicica, o PM Fábio Nascimento de Souza, o China, foi preso em Rio Bonito. Ele servia à Unidade de Polícia Pacificadora do Borel, na Tijuca, Zona Norte do Rio.
O ex-PM Alexandre Louback Geminiani, o Playboy, um dos 74 alvos, pulou do quarto andar do prédio onde estava, no Centro de Itaboraí. Mesmo com a queda, ele escapou da polícia.
Chamou a atenção dos investigadores a participação de mulheres no esquema. A elas cabiam tarefas como cobrar aos moradores e lojistas. Uma idosa está entre os presos.
“A prática deles é bem brutal. A gente tem testemunhas e vítimas de extorsões não só destas taxas de segurança, mas também eles tomando alguns comércios, tomando residências, torturando moradores”, disse o delegado Gabriel Poiava.