Delatores reforçam suspeitas contra o ex-presidente Lula em caso de sítio e de terreno

Por Redação
3 Min
(Foto: Ricardo Bastos/Folhapress)

Depoimentos de delatores da empreiteira Odebrecht reforçam as suspeitas de que a construtora concedeu benefícios pessoais ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao realizar obras em um sítio em Atibaia (SP), usado pela família do petista, e ao comprar um terreno em São Paulo para abrigar o Instituto Lula.

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As supostas ações da empreiteira em favor de Lula teriam ocorrido em 2010, quando o petista ainda ocupava a Presidência da República. O engenheiro da Odebrecht Emyr Diniz Costa Junior afirmou que recebeu cerca de R$ 700 mil em dinheiro vivo para uso no sítio por intermédio da área da empresa especializada no pagamento de propinas e de caixa dois, o Setor de Operações Estruturadas.

Costa Junior disse que comprou um cofre para guardar os valores e o destinatário final das quantias foi o então assessor da Presidência da República Rogério Aurélio Pimentel, que trabalhava sob as ordens da família de Lula.

Pimentel seria o encarregado de pagar fornecedores e prestadores de serviço. Segundo o engenheiro, a Odebrecht bancou a compra de equipamentos de sauna, a expansão da piscina e a construção de uma edícula com quatro quartos e um depósito para abrigar uma adega, entre outras benfeitorias.

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Já a suposta aquisição de um terreno para o Instituto Lula foi objeto de um depoimento de Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo. De acordo com o executivo, a Odebrecht aceitou realizar a compra da propriedade no valor de R$ 10 milhões, mas descontou o montante de um crédito que estava reservado pela empresa ao PT.

Um negócio simulado para esconder a participação da Odebrecht nessa operação teria sido foi feito com a participação do advogado e compadre de Lula, Roberto Teixeira, e da construtora DAG, que pertence a um amigo de Marcelo, relatou o executivo.

Porém, após essa transação Lula teria decidido não usar o imóvel pois preferia uma local mais “popular” e próximo a uma estação de metrô, disse Marcelo. Em nota, o Instituto Lula afirma que o ex-presidente não pediu nem autorizou ninguém a pedir que fossem feitas reformas no sítio, e nunca foi proprietário do imóvel. Em relação à propriedade na capital, o instituto relata que nunca recebeu qualquer terreno da Odebrecht. Roberto Teixeira afirma que jamais praticou atos ilegais em 47 anos de advocacia. (Folhapress)

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