O desaparecimento da adolescente Thaila Lima da Cruz, de 17 anos, mobiliza familiares, amigos e autoridades em São Francisco do Conde e Candeias. A última mensagem enviada pela jovem, na noite da sexta-feira, 28, revela o clima de tensão e medo vivido por ela antes de sumir: “Deu red! kkk, tô em um lugar que nem sei onde é, estou perdida”. A frase, acompanhada de uma foto em uma área de mata e duas figurinhas chorando, levantou o primeiro alerta entre as amigas.
No vocabulário dos mais jovens, “deu red” significa que algo deu errado — e, neste caso, o indício se confirmou. Thaila havia saído de casa, no distrito do Caípe, em São Francisco do Conde, com destino à cidade vizinha de Candeias, ambas na Região Metropolitana de Salvador.
Na manhã desta segunda-feira, 1º de dezembro, a mãe da garota, Iris da Silva Lima, 32 anos, conversou com a reportagem e relatou o que conseguiu descobrir até agora. Segundo ela, a filha avisou às amigas que estava indo encontrar um rapaz. “Ela saiu de casa na noite de sexta, às 19h. Entrou em um carro em direção a Candeias. Segundo informações, o carro era Uber. O pessoal do ponto disse que o motorista falou: ‘Uber, Candeias’. Tinha outras pessoas dentro”, contou.
De acordo com Iris, durante o percurso, Thaila manteve contato com duas amigas e mencionou que veria um garoto. “Ela disse que estava indo ver um menino. Ninguém sabe quem é esse menino, onde é a casa dele, onde mora”, afirmou. A mãe revelou ainda que a adolescente costumava sair e dormir fora de casa, mas sempre se comunicava com a família.
A partir das 20h30, o silêncio (incomum para quem sempre dava notícias) acendeu um alerta imediato. “Tentei falar com ela, mandei mensagem, não respondeu. Liguei até por ligação direta e o número está como desativado. A gente estranhou porque ela tinha o costume de sair, mas mantinha contato com a família e com os amigos”, lamentou Iris, em completo desespero.
A mãe também criticou a falta de avanços nas buscas. “A polícia não está fazendo nada. Recebemos a informação de que ela estava na Urbis 2, eles foram lá, mas não averiguaram nada. Em frente ao ponto onde ela pegou o Uber tem uma empresa com câmera. Quero que vá lá para pegar as imagens e saber a placa do carro”, cobrou.
Entre os jovens, “deu red” é uma gíria que significa que algo deu errado, saiu do controle ou não aconteceu como previsto.
É usada principalmente em situações de alerta, confusão, perigo ou quando a pessoa percebe que entrou em uma situação ruim.
Exemplos de uso entre jovens:
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“Fui encontrar o cara e deu red.” (algo estranho aconteceu)
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“Deu red aqui, vou embora.” (o clima ficou perigoso)
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“Deu red total, me ajuda.” (a pessoa está em apuros)
No contexto da mensagem de Thaila, a expressão aumenta ainda mais a preocupação porque indica que ela percebeu que algo não estava certo.
Investigações seguem em andamento
Segundo nota enviada à imprensa, o desaparecimento de Thaila foi registrado na 21ª Delegacia Territorial (DT) de São Francisco do Conde na noite de sábado (29). A Polícia Civil informou que a adolescente teria saído de casa ainda pela manhã acompanhada de uma colega e não retornou. “Oitivas e diligências serão realizadas para esclarecer o caso e localizar a adolescente”, diz o comunicado.
Na noite de domingo, uma denúncia anônima sobre um corpo encontrado no bairro Urbis 2, em Candeias, chegou a circular, mas a polícia desmentiu qualquer registro desse tipo nesta segunda-feira, 1º.
A família segue em busca de qualquer pista que possa ajudar a localizar a jovem. O clima é de apreensão e angústia, enquanto cada novo minuto sem notícias aumenta a preocupação.
Qualquer informação sobre o paradeiro de Thaila pode ser repassada aos números:
(71) 9 9631-6538 ou (71) 3116-0124.
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