Transferência de Líderes do Comando Vermelho para Presídios Federais
Sete líderes do Comando Vermelho foram transferidos nesta quarta-feira (12) do Complexo de Gericinó, em Bangu, para presídios federais de segurança máxima. A operação foi autorizada pela Vara de Execuções Penais do Rio de Janeiro e contou com forte esquema de segurança, coordenado pelo Grupamento de Intervenção Tática (GIT).
Os detentos foram escoltados até o Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, por cerca de 40 agentes. No aeroporto, eles foram entregues à Polícia Federal, que ficou responsável pelo transporte aéreo até o presídio federal de Catanduvas, no Paraná. De Catanduvas, os criminosos serão redistribuídos para outras unidades de segurança máxima, localizadas em Mossoró (RN), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO). As datas das novas transferências ainda não foram divulgadas.
Custódia Federal Ampliada
Com essa operação, o Rio de Janeiro se tornou o estado com o maior número de presos sob custódia federal, totalizando 66 detentos, conforme dados da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Em 2024, 19 detentos de alta periculosidade foram incluídos no Sistema Penitenciário Federal.
A transferência foi determinada após ataques criminosos na Região Metropolitana do Rio, em resposta à megaoperação policial realizada nos Complexos do Alemão e da Penha. O governo fluminense afirmou que o objetivo é impedir a comunicação entre chefes da facção e os membros restantes, evitando a reorganização de ações criminosas no sistema prisional estadual.
O pedido de transferência partiu do Ministério da Justiça e da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap), que identificaram riscos de novos atentados caso os líderes permanecessem nas unidades locais.
Líderes Transferidos
Os sete presos são considerados integrantes da cúpula do Comando Vermelho e têm atuação em diversas regiões do estado, somando penas que ultrapassam 500 anos de prisão. Os detentos são:
- Roberto de Souza Brito (Irmão Metralha) – liderança no Complexo do Alemão;
- Arnaldo da Silva Dias (Naldinho) – atua em Resende, responsável pela arrecadação da “caixinha” da facção;
- Alexander de Jesus Carlos (Choque ou Coroa) – traficante ligado ao Complexo do Alemão;
- Marco Antônio Pereira Firmino (My Thor) – do Morro Santo Amaro, membro da comissão da facção;
- Fabrício de Melo de Jesus (Bicinho) – de Volta Redonda, também integrante da comissão;
- Carlos Vinícius Lírio da Silva (Cabeça) – ligado à comunidade do Sabão, em Niterói;
- Eliezer Miranda Joaquim (Criam) – apontado como um dos líderes na Baixada Fluminense.
As autoridades afirmam que o isolamento desses criminosos em presídios federais de segurança máxima é essencial para desarticular a cadeia de comando da facção no estado.

