Operação Freedom da Polícia Civil da Bahia resulta em 35 prisões e um morto
Nesta terça-feira (4), a Polícia Civil da Bahia deflagrou a Operação Freedom, que resultou na prisão de ao menos 35 suspeitos de integrarem o Comando Vermelho. A ação, realizada em parceria com as polícias Militar da Bahia, Civil do Ceará e Federal, focou na desarticulação do crime organizado no Estado.
A operação ocorreu em Salvador, especialmente no bairro Uruguai, onde os agentes cumpriram mais de 90 mandados judiciais. Durante a abordagem, um homem, não identificado, foi morto ao reagir a tiros. Ele não constava entre os alvos, mas tinha antecedentes criminais e era conhecido por organizar ataques a grupos rivais.
A morte do suspeito provocou protestos na região, com manifestantes formando barricadas e interrompendo o tráfego nas proximidades do Viaduto dos Motoristas e da Rua Luiz Régis Pacheco. Equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foram acionadas para liberar as vias, que necessitaram de patrulhamento reforçado após os incidentes.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, comentou sobre a operação, afirmando que o Estado deve combater o crime sem abusos. Ele se referiu à recente Operação Contenção no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes, e destacou que a Bahia adota uma abordagem diferente, focando em ações de inteligência e cumprimento de mandados.
Entre os presos, um casal foi identificado como líderes do Comando Vermelho na Bahia. O homem é suspeito de coordenar o tráfico de drogas em Salvador, enquanto sua companheira gerenciava as finanças do grupo. Ambos foram detidos em Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza, Ceará.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia, a Operação Freedom é resultado de investigações iniciadas em 2022, que revelaram a participação dos principais investigados em pelo menos 30 homicídios na capital baiana e na expansão das atividades do Comando Vermelho por diversas cidades da Bahia.
O delegado-geral da Polícia Civil da Bahia, André Viana, afirmou que a operação atingiu o objetivo de desarticular o núcleo armado e financeiro da facção sem ferir policiais ou civis. A Justiça determinou o bloqueio de até R$ 1 milhão em 51 contas bancárias vinculadas aos investigados, visando o enfrentamento à criminalidade.
O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, elogiou o uso eficaz de inteligência policial na desarticulação de facções. Ele ressaltou que a operação exemplifica uma nova doutrina de segurança pública, priorizando a preservação da vida e o respeito à lei.
As ações da Operação Freedom são vistas como um passo significativo no combate ao crime organizado na Bahia, com o objetivo de elucidar homicídios e desestabilizar operações criminosas na região.

