A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã desta segunda-feira (16) um militar da Marinha acusado de operar drones lança-granadas para a principal facção de traficantes do Rio de Janeiro. O militar, que não teve a identidade revelada, foi alvo de prisão preventiva no posto de trabalho, na capital fluminense, em operação que contou com a cooperação da Marinha.
A operação, batizada de Buzz Bomb, contou com veículos blindados e tentou cumprir um mandado de prisão preventiva contra o líder da facção, no Complexo da Penha, zona norte do Rio. No entanto, policiais foram recebidos a tiros, e a operação foi suspensa depois que quatro moradores foram feridos por estilhaços de disparos feitos pelos criminosos, segundo a PF.
“Para evitar um confronto armado de maiores proporções e preservar a população local, a equipe da deflagração optou por não prosseguir com a ação neste momento”, disse a PF.
A investigação teve início após traficantes utilizarem um drone adaptado para lançar artefatos explosivos contra milicianos na comunidade Gardênia Azul, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio de Janeiro, em 15 de fevereiro. O militar da Marinha foi identificado pela PF como o responsável por operar remotamente o equipamento. Através dos drones, os traficantes também monitoravam ações policiais realizadas em áreas de atuação da quadrilha, como o Complexo da Penha.
Além dos mandados de prisão, a 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro emitiu três mandados de busca e apreensão. Os alvos já foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPRJ) e responderão pelos crimes de organização criminosa e posse de material explosivo, cujas penas somadas podem chegar a 14 anos de prisão.
A ação foi resultado do trabalho investigativo do Grupo de Investigações Sensíveis (GISE/PF/RJ) com o apoio da Delegacia de Repressão a Drogas (DRE/PF/RJ).
O nome da operação faz referência à história dos drones, que surgiram com inspiração em bombas voadoras alemãs conhecidas como Buzz Bomb. O armamento utilizado durante a Segunda Guerra Mundial ficou conhecido assim devido ao barulho que fazia enquanto voava.
Com informações da Agência Brasil.