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Maracanã vira praça de guerra de torcedores antes e depois do jogo do Flamengo

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Maracanã vira praça de guerra de torcedores antes e depois do jogo do Flamengo
Antes e depois da partida entre Flamengo e Independiente, nesta quarta-feira (13), torcedores promoveram – pelo segundo dia seguido – cenas lamentáveis de violência e vandalismo. A polícia entrou em confronto com parte do público dentro e fora do estádio do Maracanã, na Zona Norte do Rio. Após o empate com o time argentino, o rubro-negro viu escapar o título da Copa Sul-Americana.

Na noite de quarta-feira, cinco torcedores foram presos em flagrante. Todos eles foram levados para o Juizado do Torcedor, que fica num dos acessos ao Maracanã. Ainda durante a madrugada, eles foram ouvidos por um delegado e encaminhados para a audiência de custódia com um juiz. Eles são suspeitos de vários crimes, que vão desde promoção de tumulto até roubo e estelionato. Quatro pessoas tiveram prisão preventiva decretada e uma foi liberada e vai responder em liberdade.

A confusão começou antes mesmo do jogo, quando torcedores do Flamengo agrediram um argentino com socos. E jogaram objetos e até um cone no ônibus que trouxe a equipe do Independiente. A situação piorou quando flamenguistas sem ingresso tentaram invadir o estádio, forçando os portões. A Polícia Montada reagiu.

Neste vídeo, feito de dentro do Maracanã, dá para ver o momento em que flamenguistas passam pelo portão. Um homem pula a grade. A polícia lançou bombas de gás lacrimogênio na avenida. Do lado de fora, correria e pânico.

Num outro ponto, um grupo jogou uma lata de lixo e garrafas contra policiais que isolavam um dos acessos ao Maracanã. Os PMs reagiram com sprays de pimenta, balas de borracha e bombas de efeito moral.

Integrantes de uma torcida organizada chegaram em grande número e tentaram entrar no Maracanã. Guardas municipais fizeram uma barreira e dispersaram o grupo com bombas de gás lacrimogênio.

Os ânimos se acalmaram na hora do jogo. Mas assim que a partida terminou, policiais usaram a força para impedir uma briga na torcida do Independiente dentro do estádio.

Do lado de fora, teve mais confusão. O tumulto recomeçou quando um torcedor foi atropelado na Avenida Radial Oeste, perto da rampa que liga o estádio ao metrô. O motorista até saiu do carro para tentar conversar, pediu calma. Mas o grupo em volta começou a chutar o carro.

O motorista entrou de novo no carro e foi agredido. A Polícia Militar apareceu pouco depois. Os PMs usaram bombas de efeito moral e balas de borracha. E teve nova correria.

Em cima da rampa, mulheres e crianças tentavam se proteger. Uma família inteira teve que ficar escondida atrás de uma placa. E gritavam: “tem criança” para evitar a confusão. Um idoso caiu e precisou de ajuda para se levantar. Na frente da câmera, torcedores reclamaram da ação da polícia.

“A polícia é despreparada, irmão, despreparada”, esbraveja um torcedor.

Um repórter cinematográfico da TV Globo foi agredido. Policiais também usaram jatos d’água para dispersar a multidão. Meia hora depois, a polícia conseguiu controlar o tumulto.

Como o Bom Dia Rio mostrou, na noite de terça-feira (12), também teve confusão na porta do hotel onde os argentinos do Independiente estavam hospedados, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. Flamenguistas dispararam fogos de artifício, arrancaram as grades de segurança e tentaram invadir o saguão. Os seguranças impediram.

Também teve muito barulho e vandalismo na orla de Copacabana, na Zona Sul. Os torcedores acharam que os jogadores do Independiente tinham trocado de hotel. Um policial ficou ferido e cerca de 50 torcedores foram parar na delegacia, mas acabaram sendo liberados na manhã de quarta-feira (13).

A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) vai abrir um processo disciplinar. E é possível que o Flamengo seja punido.

Por O Globo

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