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Bruno Henrique presta depoimento ao STJD em investigação de apostas

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O atacante Bruno Henrique, jogador do Flamengo, compareceu nesta quinta-feira (29) ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) para prestar depoimento em um inquérito que investiga sua possível participação em um esquema de apostas relacionado à aplicação de cartões em partidas de futebol. Conforme reportado pelo jornal Estadão, o atleta também foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por estelionato e fraude em competição esportiva.

O jogador, que deveria ter comparecido na segunda-feira (26) para prestar esclarecimentos, não apareceu, alegando que tinha compromissos de treino no CT Ninho do Urubu. Apenas após a partida do Flamengo contra o Deportivo Táchira, realizada na noite de quarta-feira (28), Bruno Henrique se tornou disponível para a audiência na quinta-feira.

As suspeitas em relação ao atacante foram levantadas a partir de um incidente ocorrido durante uma partida do Campeonato Brasileiro de 2023 contra o Santos. Neste jogo, Bruno Henrique recebeu um cartão amarelo aos 50 minutos do segundo tempo, o que motivou investigações sobre uma possível manipulação do lance para favorecer apostadores que estariam em contato próximo ao jogador.

O inquérito revelou que familiares de Bruno Henrique teriam participado de apostas que renderam lucros significativos. Seu irmão, Wander, apostou R$ 380,86 e obteve um retorno de R$ 1.180,67. Além dele, a cunhada e a prima do jogador também realizaram apostas semelhantes em diversas plataformas.

Além das apostas, a Polícia Federal analisou 3.989 mensagens trocadas via WhatsApp no aparelho de Bruno Henrique. Embora uma parte do conteúdo tenha sido apagada — o que para os investigadores pode sugerir a tentativa de ocultação de provas —, as mensagens recuperadas do celular de seu irmão indicariam uma participação mais direta do atleta no esquema.

Além de Bruno Henrique e seu irmão, também foram indiciadas Ludymilla Araujo Lima (cunhada) e Poliana Ester Nunes Cardoso (prima). O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MP-DFT) está analisando o inquérito da PF e deverá decidir se apresentará uma denúncia formal à Justiça comum. A defesa do jogador já encaminhou um pedido de arquivamento do caso à 7ª Vara Criminal, mas a resposta do MP ainda está pendente.

No que diz respeito à esfera esportiva, o STJD designou o auditor Maxwell Borges de Moura Vieira para liderar a investigação, com um relatório conclusivo a ser apresentado até 6 de junho. Apesar da gravidade das alegações, o Estadão destaca que a possibilidade de banimento é remota, ocorrendo apenas em caso de reincidência ou se for comprovado que o jogador atuou como aliciador. Caso condenado, Bruno Henrique poderá enfrentar uma suspensão de até dois anos.

A defesa do atleta negou quaisquer envolvimentos com esquemas de apostas e criticou a divulgação das mensagens relacionadas ao inquérito. Em uma nota enviada à imprensa, os advogados do jogador reafirmaram que Bruno Henrique “nunca esteve envolvido em esquemas de apostas” e pediu, inclusive, “mais restrições” para o setor. Apesar da abertura do inquérito no STJD, até o momento não houve solicitação de suspensão preventiva, permitindo assim que o atacante continue atuando normalmente pelo Flamengo.

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