“Um dos motivos de eu ser solteiro é porque eu vivi algumas coisas e notei que o mais importante é você estar bem com você mesmo”. Essa é a fala do advogado baiano Jonas Ferraz, de 35 anos, que integra o cenário dos mais de 8 milhões solteiros na Bahia, estado com uma população de 15 milhões de habitantes.
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O número de solteiros e da população do estado correspondem aos dados de estado civil para o ano de 2015, segundo um estudo que antecedeu a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa tem como público-alvo pessoas de 10 anos ou mais de idade.
Nesta quinta-feira (15), quando é comemorado o Dia do Solteiro, Jonas contou os motivos pelo qual prefere ficar sozinho e porque ainda não encontrou alguém que possa dividir um relacionamento amoroso com ele.
“Quero ter opção de dizer a ela [namorada]: Vamos ‘comer água’ [beber muito] até de manhã. Como também, ela chegar e dizer que vai sair e eu dizer: vá lá! Quando eu achar alguém como eu, aí eu namoro”, contou em tom de brincadeira.
Sem namorar há pouco mais de dois anos, Jonnas Ferraz que é pai de uma adolescente de 15 anos, fruto de um namoro destaca que não vive em busca de um relacionamento, mas também não se bloqueia na hora de conhecer uma mulher. Ele já viveu relacionamentos duradouros e chegou a viver uma união estável por um ano e quatro meses.
“Não há necessidade de estar com alguém para ser feliz. Não faço uma busca por relacionamento, de um compromisso afetivo para ser feliz. Mas não há um bloqueio para o namoro. Viver se privando dos sentimentos e das coisas não é legal”, disse.
Para o advogado, a valorização da liberdade tem feito com que o maior número de pessoas optem por viver uma vida de solteiro.
“O ideal seria que as pessoas encontrassem a capacidade de viver isso, de não privar o outro, não é traição, desrespeito, é a liberdade mesmo. Tem que ter o respeito na individualidade do outro. Se convencionou que os compromissos sérios têm que ser com os dois fazendo tudo junto, como viagens, saídas para lugares públicos e eu discordo disso”, falou.
Jonas disse ainda que gosta de estar solteiro porque consegue fazer as coisas que gosta com mais frequência, como sair com os amigos, ou ficar em casa sem fazer nada. Entretanto, o advogado revelou que sente falta de ter uma namorada.
“Apesar de ser um solteiro convicto e feliz, sinto falta de ter uma pessoa do lado, para compartilhar, fazer planos. Mas tenho consciência que as pessoas têm de ser livres para serem bastante felizes em um relacionamento sério”, concluiu.
Além do advogado, o G1 conversou o o juiz e professor de direito, Pablo Stolze, que também falou sobre os solteiros, mas abordou cuidados que devem ser tomados pelos “ficantes” [paqueras] e namorados, que são solteiros perante a lei.
O juiz e professor de direito da Universidade Federal da Bahia, Pablo Stolze, falou que não existe direito do solteiro, mas as pessoas que decidem por um compromisso amoroso devem ficar atentos aos caminhos do relacionamento.
“O que acontece é que o fato de uma pessoa estando solteira não ser casada ou não viver em união estável faz com que ela não tenha certas obrigações, como pagar pensão alimentícia, ou divisão de bens”, explicou.