Quarteto Fantástico: A Maldição Que Foi Quebrada?
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Se você já ouviu falar da maldição do Quarteto Fantástico em Hollywood, sabe que foram três tentativas frustradas de levar a Primeira Família da Marvel para as telonas. Nenhuma delas conseguiu deixar uma marca positiva na memória coletiva. Mas, na quarta tentativa, o diretor Matt Shakman finalmente entrega algo que realmente funciona. Mas calma, antes de você se empolgar demais, é bom lembrar: funciona, sim… com algumas ressalvas.
Uma Terra Paralela e Heróis Estabelecidos
A trama nos transporta diretamente para uma Terra paralela, a 828 (uma homenagem ao lendário Jack Kirby), onde Reed Richards (Pedro Pascal), Sue Storm (Vanessa Kirby), Johnny Storm (Joseph Quinn) e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) já são heróis consagrados. Aqui, o foco não está em como eles adquiriram seus poderes ou em lutas contra vilões caricatos, mas sim na dinâmica familiar. E acredite: é nesse aspecto que o filme realmente brilha. Entre discussões sobre como colocar uma cadeirinha de bebê e viagens espaciais para salvar o mundo, o Quarteto parece mais humano do que super-heróis genéricos.
Visual Retro e Trilha Sonora Marcante
O visual retrofuturista é um verdadeiro espetáculo. Imagine Nova York dos anos 60 misturado com ficção científica vintage, tudo isso em uma fotografia de tirar o fôlego, com tons pastéis e cenários práticos impressionantes. A trilha sonora de Michael Giacchino também não fica atrás, com momentos que grudam na memória e ajudam a criar aquela sensação de “clássico instantâneo” que a Marvel tanto busca.
Elenco que Toca o Coração
O elenco principal é o verdadeiro motor emocional do filme. Vanessa Kirby entrega uma Sue Storm multifacetada: firme como líder, cúmplice como irmã, amorosa como esposa e protetora como mãe. Pedro Pascal traz um Reed Richards que é um cientista pacato, mas que não perdeu o senso de perigo. Joseph Quinn, como Johnny, surpreende com uma profundidade que eu não esperava, enquanto Ebon Moss-Bachrach transforma Ben Grimm no Coisa mais humano que já vimos — mesmo que seu arco pudesse ser mais explorado.
Os Deslizes do CGI e Roteiro
Agora, vamos falar sobre a parte dolorosa: o CGI. Embora o filme tenha efeitos visuais impressionantes em certas cenas — especialmente no design da cidade e do espaço —, quando o computador entra em cena de forma exagerada, a imersão acaba sendo quebrada. Algumas sequências parecem ter saído de um videogame de gerações passadas, o que, convenhamos, é difícil de ignorar.
Além disso, o roteiro deixa algumas pontas soltas. O Galactus (Ralph Ineson) finalmente aparece com toda sua imponência, e a Surfista Prateada (Julia Garner) é uma adição interessante, mas os vilões poderiam ser melhor desenvolvidos. Algumas decisões narrativas soam convenientes demais, e o final — previsível — não ajuda a melhorar essa impressão.
Por Que Vale a Pena Assistir
- É a melhor adaptação do Quarteto até hoje.
- Matt Shakman entende que o charme da equipe vai além de salvar o mundo.
- Uma mistura de caos, afeto e sacrifício que aquece o coração.
- Visual deslumbrante e trilha sonora marcante.
Se você está em busca de pancadaria épica, talvez saia com um pouco de fome. Mas se procura por uma aventura que mistura nostalgia, drama familiar e uma direção de arte absurdamente bonita, pode entrar: a porta da 828 está aberta.