Transexuais já se matriculam com nome social na UFBA e na rede pública estadual

Por Redação
3 Min

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Transexuais já podem se matricular, a partir deste ano, na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e na rede pública de ensino estadual com seus nomes sociais. As portarias foram editadas em 2014 para começar a valer em 2015. O fato é comemorado como uma “vitória histórica” do gênero pela Associação de Travestis de Salvador (Atras) e pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). As duas entidades de apoio à luta homossexual afirmam que “trans” — que incluem travestis e transexuais — “constituem a minoria social mais desconhecida e discriminada no país, sofrendo opressão dentro de casa, pois raramente recebem apoio da própria família”. Ao não ter o direito de usar o nome adequado a sua identidade de gênero, sofrem “grave constrangimento quando são publicamente chamadas com nomes masculinos”. A Atras e o GGB pretendem ampliar “o respeito ao nome social em todos espaços públicos, e não apenas para estudantes e rede pública”.

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Millena Passos, presidente da Atras, alega que muitos “trans” se tornam profissionais do sexo por falta de alternativas, pois, além de sofrerem bullying nas escolas, alguns são expulsos de casa e muitos têm dificuldade para arrumar trabalho. Ela acredita que as portarias da Ufba e da Secretaria de Educação da Bahia “vão estimular muitos travestis a estudar e ter outra profissão menos perigosa e insalubre”. “Se alguma escola ou faculdade se recusar a reconhecer nosso gênero feminino, inclusive o acesso a sanitário feminino, deve ser denunciada publicamente, e a Atras acionará o Ministério Público da Bahia”, comentou Millena.

TRÊS ASSASSINATOS POR ANO
Três “trans” já se matricularam na Ufba com o nome social. “‘Trans’ ainda são as principais vítimas de crimes de ódio em nosso país e no estado. De 1980 até este ano, foram assassinados na Bahia 112 travestis e transexuais, uma média de três por ano. Esperamos e torcemos para que, ao terem o nome social respeitado nos bancos escolares, consigam melhores alternativas de subsistência e maior esperança de vida”, comentou o antropólogo Luiz Mott, fundador do GGB. As informações foram extraídas da site do jornal O Globo com dados da Agência A Tarde.

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