Apesar de ter perdido velocidade no 1º trimestre de 2024, o crescimento do PIB dos EUA ainda registrou uma alta anualizada de 1,6%, em comparação com a variação de 3,4% no último trimestre do ano passado. No entanto, o núcleo da inflação PCE veio acima do esperado, o que mantém os economistas pessimistas em relação à possibilidade de o Federal Reserve promover cortes de juros no curto prazo.
A secretária do Tesouro dos EUA, Jante Yellen, tentou minimizar a surpresa com os preços, afirmando que o progresso na redução da inflação não foi prejudicado nos primeiros três meses do ano. Ela acredita que não será necessário que outras áreas da economia enfraqueçam para que a inflação retorne à meta de 2% do Fed. “Para mim, os dados indicam que estamos em uma trajetória descendente para a inflação”, afirmou.
Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, destacou que, apesar de o dado do PIB ter ficado abaixo das expectativas do mercado (2,5%), o consumo das famílias e os investimentos permaneceram fortes. Ela ressaltou que o consumo interno continua aquecido nos EUA, possivelmente devido à substituição do consumo de produtos domésticos por importados, devido à valorização do dólar globalmente.
De acordo com Leonardo Costa, economista do ASA Investments, a surpresa de alta no núcleo do PCE indica resistência na inflação, mas ainda não é possível determinar se essa surpresa foi devido a revisões nos dados de janeiro ou fevereiro, uma vez que a divulgação é trimestral.
Para André Nunes de Nunes, economista-chefe do Sicredi, o aumento nos preços indica um cenário preocupante, já que houve uma decepção com o crescimento no trimestre enquanto a inflação continua elevada. Isso torna o cenário mais complexo para o Fomc na próxima semana.
Em resumo, as primeiras estimativas do PIB para o primeiro trimestre de 2024 nos EUA trouxeram sinais contraditórios, levantando dúvidas sobre as perspectivas de cortes nas taxas de juros. A divulgação do PCE será fundamental para definir o cenário econômico futuro.