A produção industrial registrou crescimento em março e a geração de empregos no setor continua em ascensão. É o que revela a Sondagem Industrial de março, divulgada nesta sexta-feira, 19, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com a pesquisa, as grandes e médias empresas industriais retomaram o ritmo de produção no mês passado, com o indicador de evolução da produção atingindo 51,0 pontos, um aumento de 2,5 pontos em relação a fevereiro, quando o índice estava em 48,5 pontos.
O índice de evolução do número de empregados alcançou 50,4 pontos em março, permanecendo dois pontos acima da média para o período do ano, conforme aponta a CNI.
A indústria iniciou 2024 com um mercado de trabalho aquecido e as pesquisas indicam que essa tendência persiste. No entanto, apesar dos avanços na produção e no emprego, a demanda interna ainda representa um desafio para os empresários industriais”, afirma o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.
Apesar da melhora no indicador de produção, os empresários do setor industrial demonstraram insatisfação com a situação financeira no início deste ano. O indicador de satisfação registrou uma queda de 1,6 ponto em relação ao último trimestre de 2023, passando de 51,1 pontos em fevereiro para 49,4 pontos em março deste ano. Na Sondagem, os indicadores variam de zero a 100 pontos, sendo que resultados abaixo de 50 pontos indicam queda ou, no caso específico de satisfação, significam que os empresários mudaram sua percepção para insatisfação em relação ao lucro.
O índice de evolução do preço de matérias-primas subiu 2 pontos, de 54,8 para 56,8 pontos em março, indicando uma percepção de alta de preços mais intensa e disseminada. Dessa forma, destaca a CNI, a falta ou alto custo da matéria-prima voltou ao ranking dos principais problemas apontados pela indústria. O item ficou em terceiro lugar entre os obstáculos apontados pelos entrevistados, com 19,6% das respostas. No último trimestre de 2023, essa adversidade estava em sexta posição.
O principal entrave apontado pela indústria continua sendo a elevada carga tributária, com 35,7% dos apontamentos. Em segundo lugar, segue a demanda interna insuficiente, assinalada por 30,6%.
A Sondagem revela que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) em março permaneceu estável em 68%, pelo segundo mês consecutivo. Na comparação com a série histórica, esse percentual é o esperado para o mês.
O levantamento também indicou um aumento nos estoques na transição de fevereiro para março. O índice de evolução dos estoques alcançou 50,4 pontos. Mesmo com a alta dos estoques, destaca a CNI, eles estão abaixo do nível esperado pela indústria, como evidencia o índice de estoque efetivo em relação ao planejado, que registrou 49,8 pontos. Segundo os dados da Sondagem, este é o quarto mês consecutivo em que não é observado excesso de estoque.
Em relação às expectativas, a Sondagem aponta que, em abril, os indicadores de expectativa de quantidade exportada, de compras de matérias-primas e de demanda avançaram. Já a expectativa do número de empregados na indústria permaneceu estável. O indicador de intenção de investimento atingiu 57,0 pontos neste mês, um avanço de 0,5 ponto em relação a março.
A Sondagem Industrial entrevistou 1.576 empresas de pequeno, médio e grande porte por mês, no período entre os dias 1º e 9 de abril.