Diretora do Fed defende cautela para evitar futura alta dos juros

Por Redação
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A diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) Michelle Bowman reconheceu que a autoridade monetária dos Estados Unidos “eventualmente” poderá cortar juros, se os dados mostrarem que a inflação caminha de forma sustentável para a meta de 2%.

Em um evento em Nova York, Bowman alertou que ainda não chegaram ao ponto em que será apropriado reduzir as taxas e continuou a ver uma série de riscos ascendentes para a inflação. Ela atribuiu os progressos “significativos” no combate inflacionário ao maior equilíbrio nas cadeias de oferta, além da maior disponibilidade de trabalhadores no mercado de trabalho e a queda nos preços de energia. No entanto, alertou que esses fatores podem não persistir.

A dirigente demonstrou preocupação com a possibilidade de um aumento nos ganhos salariais no futuro, o que poderia não contribuir para uma inflação de preços mais baixa. Ela teme que o Fed tenha que voltar a elevar os juros, caso os progressos recentes no processo de desinflação sejam revertidos, defendendo uma postura cautelosa por parte da autoridade monetária.

Bowman, uma das vozes mais “hawkish” dentro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), alertou que um corte de juros prematuro poderia resultar em uma nova aceleração inflacionária, justificando mais aperto monetário depois para garantir o retorno da inflação à meta de 2%.

Além disso, Bowman alertou que mais estímulos fiscais nos Estados Unidos ou o aumento de gastos públicos poderiam impor riscos de alta à inflação, ampliando a produtividade, mas também elevando a demanda agregada e alimentando pressões inflacionárias. Ela também destacou a preocupação em relação aos serviços de habitação.

Apesar das ponderações, a diretora acredita que a política monetária do país está restritiva e adequadamente calibrada para reduzir as pressões inflacionárias. Ela ressaltou a força dos gastos com serviços ao consumidor ao longo de fevereiro e o aumento do emprego no payroll no primeiro trimestre. Para Bowman, há incertezas em relação ao nível neutro de juros, que pode estar mais alto depois da pandemia, o que poderia influenciar futuros cortes nas taxas para devolver a orientação da política monetária a um nível neutro.

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