Bartolomeo permanece como presidente do Vale até dezembro

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O presidente Eduardo Bartolomeo manterá seu cargo na Vale até o final de dezembro deste ano, conforme decisão do conselho de administração da empresa em reunião realizada na sexta-feira (8). Além disso, foi determinado que Bartolomeo apoiará a transição para a nova liderança no início de 2025 e atuará como conselheiro da companhia até 31 de dezembro de 2025, segundo comunicado divulgado pela própria Vale.

A decisão contou com 11 votos a favor, sendo os conselheiros Paulo Hartung e José Luciano Duarte Penido os únicos contrários à permanência de Bartolomeo no cargo. O desfecho foi resultado de um impasse anterior, em uma reunião extraordinária, em que seis conselheiros votaram a favor da recondução de Bartolomeo, outros seis optaram pela abertura de um processo de sucessão e um se absteve.

“Agradecemos imensamente o empenho e a dedicação do Eduardo nos últimos cinco anos e trabalharemos juntos até o final de seu mandato”, declarou Daniel Stieler, presidente do conselho da Vale, de acordo com o comunicado da empresa.

Bartolomeo assumiu a presidência da Vale inicialmente de forma interina em 2019, deixando o cargo de diretor de Metais Básicos da empresa, no Canadá, após o afastamento do então presidente Fabio Schvartsman, que comandava a companhia durante o desastroso rompimento da barragem de Brumadinho (MG). Posteriormente, Bartolomeo foi confirmado no cargo após participar de um processo que envolveu outros executivos.

A decisão do conselho da Vale foi tomada em meio a críticas do governo em relação aos rumos da mineradora, que sinalizava interesse em influenciar na escolha de um novo executivo. No entanto, o conselho da Vale tem competência exclusiva para decidir sobre a seleção do presidente da companhia.

Após o desastre de Brumadinho, Bartolomeo liderou a implementação de medidas para garantir maior segurança nas instalações da empresa, incluindo um plano para o descomissionamento de barragens de maior risco e trabalhos de reparação de danos. Em termos operacionais, a gestão de Bartolomeo tem buscado valorizar a qualidade do minério de ferro sobre volumes, aproveitando as vantagens do produto da Vale com maior teor do que os oferecidos pelos concorrentes, além de investir em iniciativas para a criação de materiais com maior valor agregado.

Bartolomeo também efetivou a separação da unidade de metais básicos da Vale, buscando desbloquear valor diante das perspectivas de crescimento na demanda por matérias-primas para baterias de carros elétricos com a eletrificação. Em seu comunicado, Bartolomeo afirmou: “Seguirei empenhado em avançar nas prioridades estratégicas da companhia até o fim do meu mandato e em garantir uma transição bem-sucedida para a nova liderança”.

No final do mês passado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a administração da mineradora e cobrou mais responsabilidade da companhia, tanto no pagamento de ações indenizatórias quanto na produção. Embora tenha negado ter tentado interferir na sucessão para a presidência da Vale e discutido o tema, fontes confirmaram que Lula gostaria de indicar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o cargo, ideia que foi engavetada devido à resistência dos acionistas e à falta de poder do governo para garantir seu candidato na sucessão.

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