Restaurantes dizem que fim do serviço da Uber Eats é bomba no setor

Por Redação
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A decisão da Uber de encerrar seu serviço de entrega de refeições de restaurantes pelo Uber Eats no Brasil caiu como uma bomba no setor, segundo Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, associação de bares e restaurantes, que diz temer as consequências do aumento na concentração da atividade. Ele afirma que o anúncio da Uber assusta porque acontece semanas depois da decisão dos acionistas da startup Delivery Center de também encerrar a operação da empresa, um sinal de que o mercado brasileiro pode estar pouco atrativo ao investimento na área.

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O setor tem vivido um cabo de guerra contra o iFood. Desde o ano passado, empresas como Rappi, Uber Eats e 99Food, além da associação dos restaurantes, foram ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) se queixar de que o gigante da entrega de comida impõe barreiras para os concorrentes ao forçar um modelo de contrato de exclusividade com os restaurantes. “Pretendemos cobrar uma oposição firme do Cade porque estamos cada vez mais preocupados com essa concentração de mercado”, diz Solmucci

A Abrasel vem tentando promover um modelo com código aberto para a padronização de cardápios e pedidos, batizado de Open Delivery. Uber Eats vai deixar de fazer entregas de restaurantes no Brasil depois do dia 7 de março, segundo anúncio feito pela empresa nesta quinta-feira (6). Sem os restaurantes, a empresa vai atuar em duas outras frentes. O chamado Cornershop by Uber vai fazer entregas de supermercados, atacados e outras lojas, enquanto o serviço Uber Flash ficará com as entregas de pacotes.

A Cornershop by Uber funciona em apenas cem cidades no Brasil, mas, segundo a Uber, o número de pedidos quase triplicou em 2021. A empresa também planeja expandir seu produto corporativo, o Uber Direct, de entregas no mesmo dia.

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“A Uber segue seu compromisso com seus mais de 1 milhão de motoristas parceiros que geram renda fazendo viagens e entregas pela plataforma – o volume de viagens no Brasil já é maior do que o registrado no período anterior à pandemia”, disse a empresa em comunicado.

Procurado pela reportagem, o iFood diz que não comenta decisões de negócio de outras empresas. “Com relação ao mercado de entrega de refeições, o iFood esclarece que o setor de delivery online segue em constante evolução com a entrada frequente de novos competidores e o surgimento de novos modelos de negócios. Essa competição intensa favorece restaurantes, entregadores e consumidores, e promove mais inovação para todo o ecossistema”, diz a empresa em nota.

O iFood afirma, ainda, que suas políticas comerciais estão em estrita conformidade com a legislação concorrencial e que segue cooperando com as autoridades responsáveis.

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