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Reativação da Fafen reequilibra cadeia produtiva industrial baiana

Por Redação
4 Min
Foto: reprodução TV Bahia

Após dois anos fechada, a unidade da Fafen, fábrica de fertilizantes nitrogenados, localizada no Polo Industrial de Camaçari, foi reaberta oficialmente, nesta quarta-feira, 3.11.

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A hibernação da fábrica, anunciada em março de 2018, gerou manifestações por parte da Federação das Indústria do Estado da Bahia (FIEB), no sentido de se colocar à disposição para mediar uma solução, considerando a importância estratégica da planta para a Bahia e para o país, bem como para a cadeia produtiva do Polo Industrial de Camaçari, do qual a unidade faz parte.

A antiga Fafen retomou as atividades após arrendamento da planta junto à Petrobras pelo Grupo Unigel, que investiu R$ 300 bilhões na reestruturação do parque industrial e há dois meses retomou a produção de ureia e amônia.

O Grupo Unigel também arrendou a fábrica da Fafen em Sergipe. Com isso, passou a responder por 20% da demanda do mercado de fertilizante nitrogenado no país, conforme explica o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos de Camaçari (Sinpec), Roberto Fiamenghi, também diretor de relações institucionais da Unigel.

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Fiamenghi destaca a importância estratégica da reativação das duas plantas da Fafen para a produção de alimentos no país. “O Brasil estava importando 100% das suas necessidades de fertilizantes nitrogenados, insumos que são estratégicos para o país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e atende 20% da população mundial. A falta de fertilizantes impacta diretamente a produção de alimentos”, explica.

O presidente do Sinpec lembra ainda que as fábricas atendem apenas 20% do mercado de fertilizante nitrogenado, mas a reativação terá como impacto mais equilíbrio para a balança comercial, com a redução das importações.

A produção da Unigel Agro Bahia também favorece o desenvolvimento, graças ao uso dos insumos em diversos segmentos industriais, pois, além do uso na produção de fertilizantes, os derivados são também uados na composição de ração animal para engorda do gado, na indústria de madeiras laminadas e, mais recentemente, um dos derivados passou a ser usado também nos catalizadores dos escapamentos dos caminhões a diesel para reduzir a quase zero a emissão de CO2.

“A reativação da Fafen é consequentemente muito importante para o Brasil, para a economia brasileira”, complementa Roberto Fiamenghi.

HISTÓRICO

A FAFEN era uma empresa pioneira no Polo de Camaçari, tendo iniciado suas atividades em 1971, produzindo fertilizantes nitrogenados a partir do gás natural. Dentro da concepção original do formato do Polo de Camaçari, a FAFEN fazia parte do conjunto de fábricas integradas, onde cada unidade fornece insumos e produtos umas às outras, formando uma cadeia inteira, inclusive ligadas fisicamente por dutos.

Fornecedora de insumos para empresas como Oxiteno, Proquigel, Monsanto, Copenor, IPC do Nordeste, Braskem, Carbonor, entre outras, com a hibernação da fábrica, o fornecimento de amônia passou a ser importado do mercado internacional.

Outros insumos, como ureia, gás carbônico e ácido nítrico também deixaram de ser fornecidos, impactando não somente o setor petroquímico, mas o de fertilizantes e, consequentemente, o agronegócio do Brasil.

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