Queda no Índice de Confiança da Construção: Desafios e Perspectivas para o Setor
O setor da construção civil vive um momento de incerteza, conforme revelado pelo recente relatório da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 1,2 ponto em dezembro, atingindo 91,4 pontos. Este é o menor nível desde maio de 2021, um sinal preocupante para um setor que já enfrenta desafios significativos.
A queda na confiança foi impulsionada pela deterioração tanto na percepção do momento atual quanto nas expectativas para os próximos meses. Ana Maria Castelo, coordenadora de Projetos da Construção do FGV Ibre, afirma que “a confiança no setor apresentou uma piora significativa em dezembro, revelando dificuldades apesar da alta dos investimentos estimados para infraestrutura e do volume de contratações pelo Programa Minha Casa Minha Vida”.
A análise dos componentes do índice mostra um cenário ainda mais desolador. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 1,3 ponto, para 91,2 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-CST) diminuiu 1,2 ponto, chegando a 91,8 pontos. O indicador que mede a situação atual dos negócios retraiu 1,8 ponto, totalizando 91,1 pontos, e a expectativa de demanda para os próximos três meses caiu 1,9 ponto, alcançando 92,6 pontos. Esses dados refletem um sentimento de pessimismo entre os empresários do setor.
Por outro lado, um dado positivo emerge no meio desse cenário desafiador: o Nível de Utilização da Capacidade (Nuci) avançou 0,9 ponto percentual, atingindo 78,5%. A utilização de mão de obra também cresceu, subindo 0,9 ponto percentual, para 79,8%, enquanto a utilização de máquinas e equipamentos aumentou 0,6 ponto percentual, chegando a 73,6%. Esse aumento pode indicar uma resistência do setor em tempos de crise, com empresas tentando otimizar seus recursos.
A coleta de dados para este relatório abrangeu 731 empresas do setor, realizada entre os dias 1 e 19 de dezembro. A próxima divulgação está marcada para 27 de janeiro de 2026, e o mercado aguarda ansiosamente por novas diretrizes e possíveis soluções que possam reverter essa tendência negativa.
Em um contexto onde a confiança é essencial para a recuperação econômica, o setor da construção civil precisa encontrar formas de revitalizar o otimismo entre seus investidores e trabalhadores. A continuidade de investimentos em infraestrutura e programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida será crucial para restaurar a confiança e fomentar um crescimento sustentável no futuro.
Com informações do InfoMoney
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