Presidente do Fed de NY aponta distorções em leitura do CPI

Por Redação
3 Min

O Futuro da Política Monetária Americana: Perspectivas de John Williams, Presidente do Fed de Nova York

Na última sexta-feira, 19, o presidente do Federal Reserve (Fed) de Nova York, John Williams, compartilhou suas opiniões sobre a política monetária americana durante uma entrevista à CNBC. Com um tom calmo e ponderado, Williams disse não ter "senso de urgência" para implementar novas mudanças nas taxas de juros, indicando que a atual abordagem monetária está "em um bom lugar".

Williams destacou que a política monetária é moderadamente restritiva e que, embora a taxa de juros real neutra esteja um pouco acima de 1%, há espaço para ajustes que possam levar a uma posição mais neutra. Ele acredita que a atual taxa de juros é útil, especialmente com a inflação ainda superando a meta estabelecida pelo Fed. Contudo, Williams deixou claro que deseja observar como a economia se comporta antes de tomar qualquer decisão sobre cortes adicionais nas taxas de juros.

O presidente do Fed também fez previsões sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, estimando que a taxa de crescimento para este ano ficará entre 1% e 1,5%. Para 2026, no entanto, Williams antecipa uma recuperação mais robusta. Ele vê um potencial aumento na produtividade como um fator positivo para a economia, o que poderia ter um efeito desinflacionário.

Outro ponto de destaque na fala de Williams foi a influência da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho. Embora reconheça que a IA pode transformar a maneira como trabalhamos, ele não acredita que isso represente um risco sistêmico para o sistema financeiro. "Se precisarmos ajustar a política monetária por conta da IA, eventualmente faremos isso", afirmou.

Adicionalmente, Williams esclareceu que o Fed não está atualmente envolvido em flexibilização quantitativa e que as compras de ativos não têm como objetivo influenciar as taxas de juros de longo prazo. Ele também comentou sobre dados econômicos recentes, que apontam para um processo de desinflação, mas com uma advertência sobre possíveis distorções nos índices de inflação, especialmente no CPI, devido a falhas na coleta de dados.

A taxa de desemprego, segundo Williams, pode também ter sido inflacionada por distorções, mas ele não vê sinais de deterioração significativa no mercado de trabalho. "Os dados são, em geral, consistentes com as tendências recentes e não alteram minha visão sobre as perspectivas econômicas", concluiu.

A abordagem cautelosa de John Williams reflete uma estratégia deliberada do Fed para equilibrar o crescimento econômico com a necessidade de controlar a inflação, enquanto se adapta às mudanças rápidas do ambiente econômico global, incluindo a ascensão da inteligência artificial. Como os próximos meses se desdobram, a atenção estará voltada para as decisões do Fed e suas repercussões sobre a economia americana.

Com informações do InfoMoney

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