BofA prevê corte de juros em janeiro; Copom deve manter firmeza

Por Redação
3 Min

O Copom e o Cenário Econômico: Expectativas e Desafios

Na última quarta-feira, 10 de outubro, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15%, sem sinalizar um possível afrouxamento nas próximas reuniões. Essa decisão foi analisada por David Beker, chefe de economia para Brasil e estratégia para América Latina do Bank of America (BofA), que acredita que cortes podem ser realizados já em janeiro, caso o cenário econômico se mostre favorável.

Em seu comunicado, o Copom enfatizou a necessidade de "cautela" perante um ambiente de "elevada incerteza". Durante um encontro com jornalistas, Beker comentou que, embora a comunicação do Copom tenha sido vista como um "banho de água fria" por parte de alguns analistas, ele ainda mantém a projeção de um corte na Selic em janeiro, ainda que com menos conforto. O BofA projeta um corte inicial de 0,50 pontos base, prevendo que a taxa termine o ano em 11,25%.

O comunicado do Copom não trouxe alívios para o mercado, que esperava uma abordagem mais amena. A autoridade monetária reforçou a importância de manter os juros altos por um período prolongado, visando controlar a inflação. Beker destacou que o Copom deve permanecer com uma postura "hawkish" (dura) para maximizar os efeitos da política monetária restritiva, apesar de reconhecer que o cenário econômico pode ter melhorado.

Além das expectativas sobre a Selic, o cenário de incerteza é amplificado pela iminente troca de dois diretores do Banco Central, que termina seus mandatos em 31 de dezembro. A falta de definições sobre possíveis substitutos levanta questões sobre a continuidade da política monetária. Beker observa que a escolha de novos diretores deve priorizar a técnica, evitando interferências na condução da política monetária.

Por fim, Beker ressalta que a consistência entre as políticas fiscal, creditícia e monetária será crucial para sustentar um cenário em que os juros possam ser reduzidos sem comprometer a credibilidade da autoridade monetária. A expectativa é que, com um alinhamento adequado e um ambiente econômico mais favorável, o Copom possa, sim, iniciar cortes na Selic no início de 2024, mas isso dependerá da evolução dos fatores inflacionários e da resiliência da economia brasileira.

Com informações do InfoMoney

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