Decisões do BC: Diretrizes da XP e Santander para o Futuro Econômico

Por Redação
4 Min

Perspectivas para a Política Monetária Brasileira: O Que Esperar do Copom Até 2025

Em uma recente reunião com clientes institucionais da XP, especialistas discutiram as expectativas para a política monetária brasileira, especialmente em relação à última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2025. De acordo com um relatório da XP e da Santander Asset Management, a taxa Selic deve permanecer em 15% ao ano até o final do ano, um consenso entre economistas.

Os economistas Eduardo Jarra e Luciano Rais, da Santander Asset, juntamente com Rodolfo Margato, da XP, ressaltaram que o Copom adotará uma postura cautelosa, mantendo a Selic mesmo diante de sinais de desaceleração da inflação. Desde junho, o Banco Central tem indicado que a taxa se manterá elevada por um "período bastante prolongado", adotando uma abordagem de "esperar para ver" em relação aos dados econômicos antes de qualquer ajuste.

O cenário atual é considerado positivo, com a desaceleração da atividade econômica e a inflação sob controle. Entretanto, o momento de iniciar cortes nos juros ainda gera debates acalorados. A maioria dos especialistas acredita que o primeiro corte poderá ocorrer em março de 2026, com uma redução de 0,50 ponto percentual. Contudo, não se pode descartar a possibilidade de flexibilização já em janeiro.

Segundo a XP, fatores como a inflação ainda acima da meta, um mercado de trabalho aquecido e as incertezas que o período eleitoral pode trazer, com possíveis estímulos fiscais, justifica uma abordagem cautelosa e um início mais tardio para o afrouxamento monetário. Além disso, a saída de membros mais conservadores do Banco Central traz incertezas ao processo decisório.

O ambiente político pós-eleições de 2026 será crucial para definir a extensão do ciclo de cortes, que pode variar entre 2,00 e 3,00 pontos percentuais, conforme apontado por Luciano Rais. O câmbio também se destaca como um risco relevante, pois juros elevados funcionam como proteção contra volatilidades externas, e cortes prematuros poderiam enfraquecer essa defesa.

Outro fator a ser considerado é a postura do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, cujos cortes de juros podem influenciar diretamente as decisões do Copom. Além disso, o aumento do valuation das empresas ligadas à inteligência artificial e o crescimento do mercado de crédito nesse setor são desafios que podem afetar o ambiente financeiro no futuro.

Em suma, a projeção da XP sugere um ciclo de afrouxamento que incluirá seis cortes consecutivos de 0,5 ponto percentual, começando em março de 2026, até que a Selic atinja 12% ao ano. A expectativa é que as próximas decisões do Copom sejam pautadas pela cautela, levando em conta tanto as condições internas quanto os fatores externos que podem impactar a economia brasileira. Com isso, o futuro da política monetária no Brasil se revela como um campo fértil para debates e análises, à medida que especialistas e investidores aguardam com expectativa os próximos movimentos do Banco Central.

Com informações do InfoMoney

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