Novo Bolsa Família: Menos Beneficiários e Menos Recursos até 2025

Por Redação
4 Min

Novo Bolsa Família: Um Olhar sobre a Sustentabilidade e o Futuro das Famílias Beneficiadas

Um estudo recente realizado pelos professores da Escola de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE), Valdemar Pinho Neto e Marcelo Neri, revela dados surpreendentes sobre o Novo Bolsa Família. Entre o início de 2023 e outubro de 2025, o número total de beneficiários do programa apresentou uma redução significativa, assim como o valor total gasto em benefícios. O relatório, intitulado “Filhos do Bolsa Família – Uma Análise da Última Década”, foi lançado no Rio de Janeiro e traz à tona uma análise detalhada dos fluxos mensais do programa, indicando que houve mais saídas do que novas entradas.

Os dados apontam que, entre os beneficiários observados no início de 2023, 31,25% já não estavam mais no programa até outubro de 2025. Segundo os pesquisadores, essa dinâmica sugere uma “sustentabilidade e rotatividade saudável” do programa, o que não se configura como uma política de dependência permanente, mas sim como um mecanismo de proteção em momentos de vulnerabilidade de renda. O estudo destaca que o Bolsa Família está associado à transição para arranjos de renda mais autônomos, especialmente em idades em que o ingresso no mercado de trabalho é mais intenso.

Uma das inovações do programa é a Regra de Proteção, que garante à família a permanência no programa por um período mesmo quando a renda do trabalho ultrapassa o limite de entrada. Essa medida atua como um “amortecedor” entre o Bolsa Família e o mercado de trabalho, evitando quedas bruscas de renda e incentivando a aceitação de empregos formais.

O lançamento do estudo foi acompanhado pelo ministro do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, que enfatizou a importância do programa para a elevação do PIB no Brasil. “Quando a gente vê a elevação do PIB no Brasil, surpreendendo muitas vezes a área econômica e técnica, ali tem o PIB dos mais pobres. Aquelas pessoas que lá atrás viviam de transferência de renda, agora têm consumo”, afirmou.

O estudo também destaca a emancipação das gerações beneficiadas. Entre os beneficiários de 2014, 60,68% deixaram de receber o Bolsa Família até 2025, com taxas ainda mais altas entre adolescentes. A pesquisa aponta que a escolaridade do adulto responsável impacta diretamente essa transição: quando o responsável conclui o ensino médio, quase 70% dos jovens de 6 a 17 anos deixaram o programa ao longo da década.

Esses dados evidenciam não apenas a eficácia do Novo Bolsa Família como uma política pública, mas também seu papel crucial na promoção da mobilidade socioeconômica, permitindo que as futuras gerações se tornem menos dependentes de transferências de renda e mais integradas ao mercado de trabalho formal. Assim, a análise revela um panorama otimista sobre o impacto do programa, ressaltando a importância de políticas sociais que fomentem a autonomia e a dignidade das famílias brasileiras.

Com informações do InfoMoney

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