Desemprego no Brasil: Sinais de Desaceleração e Oportunidades no Mercado de Trabalho
Os dados do mercado de trabalho brasileiros, divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (28), revelam um cenário intrigante: a taxa de desemprego caiu para 5,4%, mas a força de trabalho e a taxa de participação também apresentaram recuos. Com uma taxa de subutilização em 13,9% e um nível de ocupação estável em 58,8%, os números sugerem uma fase de transição e possíveis desafios à frente.
Os especialistas têm interpretado esses dados como um sinal de uma desaceleração gradual no mercado de trabalho. Rodolfo Margato, economista da XP, observa que, apesar da taxa de desemprego estar em níveis historicamente baixos, a demanda interna está esfriando. Segundo ele, o mercado de trabalho continua apertado, mas a desaceleração já é visível, especialmente no segundo semestre de 2025.
O Banco Itaú também aponta que os dados sugerem uma perda de fôlego no mercado de trabalho, com o emprego formal caindo pelo terceiro mês consecutivo. Já Ariane Benedito, economista-chefe do PicPay, enfatiza que a queda na taxa de desemprego se dá em um contexto de estabilização da população ocupada. "O mercado de trabalho atingiu seu piso cíclico", afirma, destacando que a informalidade permanece alta em 37,8% da população ocupada.
Os dados do Caged, que indicam a menor criação de vagas formais desde 2020, corroboram essa leitura. A taxa de participação, que mede o percentual de pessoas em idade de trabalhar que estão empregadas ou procurando emprego, caiu de 62,5% para 61,9% desde julho, o que é alarmante, já que está bem abaixo dos níveis pré-pandemia, de 63,5%.
Por outro lado, os rendimentos médios estão em alta. O Bradesco reporta um crescimento de 0,4% nos rendimentos de setembro para outubro, atingindo cerca de R$ 3.525 mensais. Comparado ao mesmo mês do ano passado, o aumento é de 3,9%. Isso indica que, embora haja uma desaceleração na criação de empregos, as empresas ainda estão competindo por mão de obra qualificada, resultando em salários mais altos.
As projeções futuras também são um tema de debate. Ariane Benedito acredita que a taxa de desemprego pode se estabilizar em torno de 6% ao longo de 2025, refletindo um mercado resiliente, mas com uma trajetória gradual de desaceleração. Claudia Moreno, do C6 Bank, alerta que o mercado de trabalho forte pode manter a economia aquecida, apresentando desafios para o controle da inflação, especialmente nos serviços.
Em suma, o cenário atual do mercado de trabalho brasileiro é complexo. A queda na taxa de desemprego é um indicativo positivo, mas as nuances da desaceleração, a alta na informalidade e o aumento dos rendimentos trazem à tona uma série de desafios que demandam atenção. O equilíbrio entre a criação de empregos e o controle da inflação será, sem dúvida, um tema central nos próximos meses.
Com informações do InfoMoney
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