Envelhecimento e Saúde: Impactos na Força de Trabalho e PIB

Por Redação
3 Min

Impactos da Pandemia na Participação do Mercado de Trabalho no Brasil

A pandemia de COVID-19 trouxe profundas transformações ao mercado de trabalho brasileiro, resultando em uma queda acentuada no número de pessoas disponíveis para trabalhar. Este fenômeno, conforme apontado no Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) da Instituição Fiscal Independente (IFI), não apenas não foi recuperado nos anos seguintes, mas também impactou diretamente o Produto Interno Bruto (PIB) potencial do país. A análise da IFI, divulgada em 19 de setembro de 2023, revela que a redução da taxa de participação da força de trabalho representa um desafio significativo para o crescimento econômico sustentável.

A taxa de participação, que havia mostrado crescimento entre 2012 e 2019, estabilizou-se em níveis abaixo do patamar pré-pandemia após o final de 2021. Esse cenário levanta preocupações sobre as perspectivas de crescimento econômico, uma vez que a menor participação reduz o PIB potencial, dificultando a construção de um ambiente de crescimento acelerado.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostram que a proporção de inativos devido ao envelhecimento da população aumentou de 24,4% (média entre 2015-2019) para 26,7% (média entre 2022-2025). Além disso, a inatividade relacionada à saúde subiu de 16,5% para 18,5% no mesmo período. O Banco Central indica que essas mudanças demográficas explicam metade da queda na taxa de participação, enquanto a expansão dos benefícios sociais compõe o restante.

Um aspecto interessante abordado no relatório é a "fuga da precariedade". Programas sociais, como o Bolsa Família, que beneficiavam em média 13,7 milhões de famílias entre 2012 e 2019, evoluíram para cerca de 19 milhões em setembro de 2025. O valor médio do benefício também aumentou, passando de R$ 166 para cerca de R$ 680. Essa melhora nas condições sociais possibilitou que parte da população mais pobre optasse por não se submeter a empregos precários, em vez de um desincentivo ao trabalho.

A IFI destaca que, se a taxa de participação tivesse retornado à média de 2012-2019, a taxa de desemprego atual, que é de 5,6%, poderia facilmente subir para 8,8%. Isso demonstra a importância de políticas públicas focadas na saúde e na prevenção de incapacidades, a fim de mitigar as perdas de capacidade produtiva.

Diagnosticando as causas da diminuição da taxa de participação, a IFI sugere que uma abordagem abrangente e integrada pode ser a chave para fomentar um crescimento econômico mais robusto e inclusivo no Brasil. O futuro do mercado de trabalho dependerá, portanto, das políticas que conseguirem unir saúde, emprego e dignidade.

Com informações do InfoMoney

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