Argentina Planeja Recomprar Títulos e Acumular Reservas em Meio a Desafios Econômicos
Em uma reunião recente em Nova York, o ministro da Economia, Luis Caputo, apresentou um plano ambicioso para recuperar a estabilidade financeira da Argentina, que inclui a recompra de títulos soberanos e a acumulação de reservas internacionais. O encontro, que contou com a presença de cerca de 40 investidores e foi organizado pelo JPMorgan, destacou a intenção do governo do presidente Javier Milei de manter o controle sobre a moeda nacional, o peso argentino.
Embora tenha sido sugerido que o peso poderia eventualmente flutuar livremente, Caputo enfatizou que, por enquanto, a moeda continuará a operar dentro de faixas estabelecidas. As atuais diretrizes permitem um ajuste de 1% ao mês nos limites de negociação, mas a possibilidade de aumentar esse ajuste para 1,5% ao mês foi mencionada, dependendo da inflação e da demanda por pesos. "O objetivo é garantir a valorização do peso à medida que a demanda cresce", afirmou Caputo.
Desde que o partido de Milei conquistou uma vitória significativa nas eleições de meio de mandato, os investidores têm especulado que este pode ser um momento decisivo para o novo presidente redefinir sua abordagem econômica. A gestora de ativos Pacific Investment Management Co. sugeriu que Milei permita que o peso flutue livremente, uma medida que poderia trazer mais flexibilidade e estabilidade ao mercado.
Além da acumulação de reservas, a Argentina também planeja recomprar títulos globais com vencimento em 2029 e 2030, utilizando fontes de financiamento mais baratas. Caputo, em sua fala, mencionou um acordo de confidencialidade com os Estados Unidos, o que limita a divulgação de detalhes específicos sobre essa iniciativa.
Um dos desafios enfrentados pelo governo argentino é a dificuldade em construir reservas internacionais, especialmente após a assinatura de um acordo de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril. O banco central, em vez de acumular reservas, tem se visto forçado a vender dólares para sustentar o peso em meio a um ambiente econômico volátil.
Caputo prometeu que um plano mais detalhado, incluindo um cronograma para a acumulação de reservas e a recompra da dívida, será apresentado em até 30 dias. A expectativa é que essas medidas ajudem a restaurar a confiança dos investidores e estabilizar a economia argentina em um momento de incertezas.
Enquanto isso, a comunicação entre os escritórios de imprensa do JPMorgan e do Ministério da Economia da Argentina permanece limitada, sem respostas a pedidos de comentário. O futuro econômico da Argentina parece depender fortemente das decisões que Milei e sua equipe tomarão nos próximos meses, em um cenário onde a recuperação econômica é mais do que uma meta, mas uma necessidade urgente.
Com informações do InfoMoney
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