Copom adota cautela e mantém indefinido início de cortes de juros

Por Redação
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Expectativas sobre a Selic: O Que Esperar do Copom em Novembro

A recente reunião promovida pela XP Investimentos entre economistas e gestores do mercado trouxe à tona discussões relevantes sobre o futuro da taxa Selic. O evento contou com a participação de Caio Megale, da equipe de Economia da XP, e Marcelo Toledo, economista-chefe da Bradesco Asset Management (BRAM). Os especialistas compartilharam suas análises sobre o cenário macroeconômico atual e as expectativas em relação ao Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Na próxima reunião do Copom, marcada para esta quarta-feira (5), a expectativa é de que a Selic permaneça inalterada. Os especialistas acreditam que, apesar de dados recentes que sinalizam uma descompressão da inflação, o tom cauteloso do Banco Central se manterá. Além disso, a leitura atual sugere que a mensagem que acompanhará a decisão não deve sofrer alterações significativas, reforçando a ideia de que os juros continuarão elevados por um período prolongado.

Durante o encontro, foi ressaltado que o primeiro corte na taxa Selic é esperado para março de 2026, embora não se descarte a possibilidade de que isso ocorra já em janeiro, caso a inflação continue a apresentar melhorias e o mercado de trabalho comece a desacelerar. Para que o BC inicie o ciclo de cortes em março, é crucial que a comunicação do Comitê comece a suavizar, retirando menções a um "período bastante prolongado" nos comunicados.

Megale e Toledo concordam que o Banco Central está em uma posição de espera. Toledo enfatizou que, além da valorização ou desvalorização da moeda, o início dos cortes dependerá dos dados de atividade econômica. As projeções da XP sugerem que o ciclo de flexibilização monetária poderá incluir até seis cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual, levando a Selic a 12% ao ano, o que ainda estaria acima do que os especialistas consideram uma taxa neutra.

Por outro lado, os analistas também discutiram os riscos associados a estímulos fiscais, como a proposta de isenção do Imposto de Renda que poderia ser implementada em janeiro de 2026. Essa medida, combinada com a liberação de compulsórios da poupança e R$ 40 bilhões destinados a reformas residenciais, pode aquecer ainda mais a economia brasileira no início de 2026, complicando a condução da política monetária.

A avaliação é de que a política monetária não será amplamente influenciada pela disputa presidencial em 2026, especialmente em seus primeiros movimentos de corte de juros. A expectativa é que o Banco Central mantenha uma postura cautelosa, ajustando suas decisões conforme a evolução do cenário econômico.

Em suma, o que se observa é que o Copom deverá manter sua estratégia atual, mas os próximos meses serão cruciais para determinar o início e a intensidade do ciclo de cortes na taxa Selic, à medida que os dados econômicos forem se desenhando.

Com informações do InfoMoney

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