Expectativas de Inflação e Taxa Selic em Debate: O Que Dizem os Especialistas
O cenário econômico brasileiro está em constante transformação, e a expectativa em torno do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é um fator central nas discussões. Recentemente, o último boletim Focus revelou que a mediana da inflação pode encerrar o ano no teto da meta, que é de 4,5%, ou muito próximo desse patamar, com uma previsão de 4,56%. A pesquisa Projeções Broadcast, por sua vez, já indica uma inflação de 4,51%. Essas projeções têm alimentado a discussão sobre a possibilidade de um início de flexibilização monetária já em janeiro.
A economista Andréa Angelo, da Warren Investimentos, acredita que a desaceleração dos serviços pode impulsionar uma queda de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic em janeiro. Segundo ela, a qualidade dos dados do IPCA mostrou uma melhora em setembro e na leitura do IPCA-15 de outubro. No entanto, a inflação de serviços, que está intimamente ligada ao mercado de trabalho, apresentou uma aceleração neste mês, o que pode ser um entrave para o Banco Central.
Por sua vez, João Savignon, head de macroeconomia da Kínitro Capital, considera que o atual cenário inflacionário aumenta as chances de uma antecipação no ciclo de cortes da taxa Selic. Contudo, ele alerta que ainda é prematuro para o Copom (Comitê de Política Monetária) baixar a guarda. "É preciso aguardar o efeito positivo da dinâmica econômica para gerar uma expectativa inflacionária menor, especialmente para 2027", afirma Savignon.
Já o economista Fabio Romão, da 4intelligence, projeta que o IPCA deve fechar abaixo da meta, com uma alta de 4,52%, mas ressalta que a inflação de serviços deve permanecer em níveis preocupantes para o Banco Central, girando em torno de 6% no final do ano. Para 2026, Romão antecipa uma projeção de IPCA de 4,2% e inflação de serviços de 5,4%.
Alexandre Maluf, da XP Investimentos, também se alinha à opinião de que o cumprimento do teto da meta da inflação pode fomentar as apostas em cortes na taxa de juros em janeiro. O cenário, no entanto, permanece volátil, com incertezas fiscais e as decisões do Federal Reserve influenciando as expectativas.
À medida que o final do ano se aproxima, a atenção do mercado e das autoridades monetárias se concentra nas projeções inflacionárias e nas possíveis medidas de política monetária. O debate entre os economistas mostra que, embora haja um consenso crescente sobre a possibilidade de cortes na Selic, fatores como a inflação de serviços e a dinâmica do mercado de trabalho continuam a ser pontos críticos a serem considerados. O que se torna evidente é que o cenário econômico brasileiro, embora otimista em alguns aspectos, ainda apresenta desafios significativos que demandam cautela e análise minuciosa.
Com informações do InfoMoney
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