Etanol como moeda de troca nas negociações EUA-Brasil

Por Redação
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O Etanol Brasileiro em Jogo: A Disputa Comercial entre Brasil e EUA

O etanol volta a ser um ponto crucial nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Recentemente, o portal Exame destacou que, após a visita do chanceler Mauro Vieira ao secretário de Estado americano, Marco Rubio, o setor sucroenergético brasileiro está em alerta. Fontes da indústria temem que o ex-presidente Donald Trump utilize a questão do etanol como moeda de troca para negociar a redução ou eliminação da tarifa de importação de 18% aplicada ao etanol americano.

Desde fevereiro, Trump acusa o Brasil de manter uma "injustiça" tarifária, uma vez que o etanol brasileiro enfrenta uma alíquota de apenas 2,5% nos EUA. Essa discrepância gerou pressão crescente de produtores de milho nos Estados Unidos, que, devido a desafios no escoamento da safra, veem a redução da tarifa como uma solução necessária. No cenário atual, o país é o maior produtor global de etanol de milho, com uma produção estimada em 427 milhões de toneladas para a safra deste ano, conforme dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

A guerra comercial entre China e EUA complicou ainda mais a situação, pois a China reduziu significativamente as importações de milho americano, favorecendo a Rússia como seu principal fornecedor. Isso intensificou a urgência de Trump em resolver essa questão, especialmente para os agricultores que enfrentam dificuldades em escoar sua produção.

Se a tarifa sobre o etanol americano fosse reduzida ou eliminada, isso poderia abrir um novo canal de exportação imediato para o Brasil. O Congresso americano discute atualmente a ampliação da mistura de etanol na gasolina, aumentando a demanda interna e, sem barreiras, o excedente de etanol americano poderia ser facilmente direcionado ao mercado brasileiro. Mesmo com a alíquota de 18%, as exportações de etanol dos EUA para o Brasil devem alcançar 650 milhões de litros na safra 2025/26, um aumento significativo de 160% em relação à safra anterior.

No entanto, esse cenário não é isento de controvérsias. As gigantes brasileiras do setor sucroenergético alertam que a redução abrupta da tarifa colocaria o etanol americano em vantagem competitiva, especialmente devido aos subsídios que o governo dos EUA concede aos produtores de milho. Isso poderia distorcer a competição e prejudicar o setor brasileiro, que já enfrenta desafios significativos.

Em suma, o futuro do etanol brasileiro nas relações comerciais com os EUA é incerto e depende de uma série de fatores, incluindo a disposição de ambos os lados para negociações justas. Como a disputa avança, tanto o Brasil quanto os EUA terão que avaliar suas prioridades e estratégias em um mercado global em constante mudança.

Com informações do InfoMoney

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