banner

Queda do déficit fiscal nos EUA reduz juros neutros, afirma Fed

3 Min

Federal Reserve e as Perspectivas Econômicas dos EUA: Entrevista com Stephen Miran

Na manhã desta sexta-feira, 3 de outubro, o diretor do Federal Reserve (Fed), Stephen Miran, concedeu uma entrevista à Bloomberg, onde abordou questões cruciais sobre a economia dos Estados Unidos e o impacto das políticas monetárias e fiscais. Em um cenário de crescente volatilidade econômica, Miran enfatizou que a redução do déficit fiscal nos EUA está levando a uma diminuição nos juros neutros, tornando a política monetária do banco central americano mais restritiva.

Miran destacou que, apesar da valorização acentuada do mercado acionário, as condições financeiras ainda não estão totalmente relaxadas. Essa afirmação sugere que, embora os índices de ações estejam em alta, a economia enfrenta desafios subjacentes que podem afetar a estabilidade a longo prazo.

Um aspecto importante da análise de Miran foi a influência das políticas do governo Donald Trump, que, segundo ele, têm impactado a economia americana por meio de canais não monetários. Essas novas diretrizes comerciais, econômicas, regulatórias e imigratórias, de acordo com o diretor, não apenas impulsionam o crescimento da produtividade e do Produto Interno Bruto (PIB) potencial, mas também atuam na mitigação das pressões inflacionárias.

No que diz respeito às tarifas comerciais, Miran assegurou que ainda não observou grandes efeitos nos preços para os consumidores americanos. Ele atribui essa resiliência à “elasticidade da demanda” e à diversidade de fontes de oferta que ajudam a suavizar os custos adicionais. No entanto, ele também salientou que os efeitos negativos dessas tarifas estão recaindo principalmente sobre empresas estrangeiras, o que levanta questões sobre a equidade e a sustentabilidade dessas políticas.

Miran também discutiu a necessidade de a política monetária "olhar para frente". Ele projeta que parte do aumento recente da inflação deve ser revertido em breve, com a queda nos preços de moradias contribuindo para a desinflação de serviços. “Pessoalmente, coloco mais peso no desempenho dos preços de moradias, pois é o que as pessoas observam mais e onde temos maiores choques”, afirmou.

A trajetória da inflação, segundo Miran, parece ser "benigna", com expectativas ancoradas, embora ele esteja ciente de que novos dados ou choques econômicos possam exigir ajustes em suas estimativas. Essa perspectiva sugere um otimismo cauteloso, ressaltando a importância de monitorar as condições econômicas em constante mudança.

À medida que os Estados Unidos navegam por um cenário econômico complexo, as opiniões e análises de figuras como Stephen Miran oferecem insights valiosos sobre o futuro da política monetária e fiscal. O desafio agora é equilibrar o crescimento econômico com a necessidade de controlar a inflação em um ambiente de incertezas globais.

Com informações do InfoMoney

Curtiu? Siga o Candeias Mix nas redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, e Google Notícias. Fique bem informado, faça parte do nosso grupo no WhatsApp e Telegram.
Compartilhe Isso