Impacto das Tarifas de Importação dos EUA na Economia Global: Análises da OCDE
O cenário econômico global, embora mantenha um crescimento melhor do que o previsto, ainda enfrenta desafios significativos devido às tarifas de importação dos Estados Unidos. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em seu recente Relatório Interino de Perspectivas Econômicas, destacou que as consequências destas tarifas ainda estão em processo de manifestação, pois as empresas têm absorvido os impactos iniciais através da diminuição das margens de lucro e do uso de estoques de segurança.
A tarifa efetiva sobre as importações nos EUA atingiu um pico de 19,5% até agosto, a mais alta desde 1933, durante a Grande Depressão. Muitas empresas, antevendo esses aumentos, estocaram produtos, o que agora contribui para uma incerteza sobre o real impacto econômico. Mathias Cormann, diretor da OCDE, enfatizou que “os efeitos totais dessas tarifas ficarão mais claros à medida que as empresas reduzirem os estoques acumulados”.
O crescimento global, segundo a OCDE, deve registrar uma leve desaceleração, passando de 3,3% em 2023 para 3,2% em 2025. A previsão para 2026, no entanto, permanece em 2,9%. A organização observou que o suporte fiscal e um recente boom em investimentos em inteligência artificial (IA) têm ajudado a sustentar a atividade econômica nos EUA, apesar das tarifas mais altas e da desaceleração do investimento e comércio.
A economia norte-americana deve desacelerar para 1,8% em 2025, levemente acima da previsão anterior de 1,6%. O Federal Reserve, por sua vez, poderá reduzir as taxas de juros para mitigar os impactos negativos das tarifas e da diminuição do crescimento. A OCDE pontuou que o crescimento da China, por sua vez, deve ser de 4,9% este ano, com uma queda prevista para 4,4% em 2026.
Na zona do euro, as tensões comerciais e geopolíticas continuam a pressionar o crescimento, que está projetado em 1,2% para 2023. O aumento dos gastos públicos na Alemanha é um fator positivo, enquanto as restrições fiscais na França e Itália apresentam desafios. Para o Brasil, a OCDE espera uma expansão de 2,3% este ano, um leve ajuste em relação às previsões anteriores.
Com a desaceleração prevista, a maioria dos bancos centrais pode optar por uma política monetária frouxa em resposta às pressões inflacionárias, com o Federal Reserve potencialmente reduzindo ainda mais as taxas de juros. O futuro próximo apresenta um quadro de incerteza, onde os efeitos cumulativos das tarifas, as mudanças nas taxas de juros e a dinâmica do comércio global moldarão a economia mundial.
Com informações do InfoMoney
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