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Juros altos podem frear geração de empregos em 2025, alerta Marinho

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Desafios do Mercado de Trabalho e Política Monetária no Brasil: Entrevista com o Ministro Luiz Marinho

Na última semana, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, fez declarações impactantes sobre as perspectivas do mercado de trabalho brasileiro e a política monetária, durante uma entrevista ao Broadcast, um sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Segundo Marinho, a taxa de juros elevada no Brasil poderá influenciar negativamente a geração de empregos em 2025, que, segundo suas projeções, não deverá ultrapassar o saldo de 1,5 milhão de novas contratações formais, abaixo dos 1,7 milhão registrados em 2024.

A taxa Selic, atualmente fixada em 15%, foi um dos pontos centrais da conversa. Marinho criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar os juros na última reunião de junho, afirmando que esse movimento foi desnecessário. “Quando fez o último [ajuste], já poderia estar andando de lado. E já poderia ter iniciado a redução”, afirmou. Para o ministro, essa postura conservadora do Banco Central não condiz com a realidade econômica atual, onde a inflação está sob controle e o dólar apresenta um comportamento estável.

Marinho também abordou a autonomia do Banco Central, ressaltando que, embora os diretores sejam indicados pelo presidente Lula, isso não deve interferir na independência da instituição. Ele expressou a expectativa de que a nova direção do Banco Central, liderada por Gabriel Galípolo, adote uma postura mais proativa em relação à redução das taxas de juros, para estimular a economia e a geração de empregos.

Outro ponto destacado foi a preocupação do ministro com as consequências do tarifário aplicado pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Marinho acredita que os juros altos terão um impacto mais significativo sobre o emprego do que as tarifas, que afetam mais pontualmente. A resposta do governo a esses desafios foi rápida, com a implementação de um plano de contingência em agosto, que visa mitigar os efeitos negativos sobre as empresas afetadas.

Além disso, Marinho enfatizou que seu foco não está na discussão de cortes de gastos, mas sim na defesa dos direitos dos trabalhadores. Ele comentou sobre a investigação da Polícia Federal em relação a fraudes no Seguro-Defeso do Pescador Artesanal, uma medida que pretende separar os pescadores que realmente têm direito ao benefício dos que não têm.

Em um cenário onde a economia se mostra frágil, as declarações de Luiz Marinho ecoam a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre as políticas monetárias e suas repercussões no mercado de trabalho brasileiro. O futuro da economia nacional dependerá não apenas das decisões do Banco Central, mas também de uma abordagem equilibrada que priorize a geração de empregos e a estabilidade financeira.

Com informações do InfoMoney

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