China Aumenta Compras de Soja Brasileira em 2025: Um Novo Capítulo nas Relações Comerciais
A China nunca comprou tanta soja do Brasil como em 2025. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) revelam que, de janeiro a agosto deste ano, foram embarcadas quase 66 milhões de toneladas da oleaginosa para o país asiático. Somente em agosto, o Brasil exportou 8 milhões de toneladas, representando 85% das exportações totais de soja no período. Essa dinâmica reflete não apenas uma crescente relação comercial, mas também as consequências de tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
Historicamente, a participação da China nas exportações brasileiras de soja alcançou patamares comparáveis apenas a 2018, ano marcado pela primeira guerra comercial entre os dois gigantes. Contudo, desde então, a produção de soja brasileira cresceu mais de 40%, resultando em volumes significativamente maiores. Esse aumento foi impulsionado pela colheita recorde e pela demanda chinesa, que, devido a tarifas retaliatórias, se afastou do mercado norte-americano.
O contexto atual é crítico. As tarifas de importação de 23% impostas pela China sobre a soja americana têm eliminado a competitividade do produto dos EUA, levando os produtores norte-americanos a solicitar apoio do ex-presidente Donald Trump. A situação se agrava com o fato de que, até o momento, a China não adquiriu nenhum carregamento de soja dos Estados Unidos, que inicia sua colheita neste mês. As negociações entre os dois países estão prorrogadas até 10 de novembro, o que pode permitir que as esmagadoras chinesas continuem sem importar soja americana durante todo o ano de 2025.
Os prêmios de exportação nos portos brasileiros também têm sido afetados por essa conjuntura. Apesar da colheita recorde, os prêmios se mantêm elevados, uma anomalia para o último trimestre do ano, que tradicionalmente é dominado pelos EUA. Essa situação é um reflexo da ausência da soja americana no mercado, o que tem garantido um fluxo contínuo de exportações brasileiras.
A manutenção dessa tendência pode resultar em exportações de soja brasileiras alcançando 110 milhões de toneladas na safra 2024/25. Até agosto, o Brasil já havia exportado 86,5 milhões de toneladas. No entanto, o consultor Carlos Cogo alerta que, se um acordo for alcançado entre Washington e Pequim, e as tarifas sobre a soja americana forem zeradas, os prêmios nos portos brasileiros podem desabar, impactando negativamente os preços pagos aos produtores.
“Estamos com apenas 20% da soja da safra 2025/26 fixada. Os produtores estão perdendo uma oportunidade espetacular de garantir uma boa rentabilidade”, afirma Cogo, destacando a necessidade de uma estratégia mais ágil por parte dos agricultores.
Em suma, 2025 pode ser um ano decisivo para o comércio de soja, onde as relações entre Brasil, China e EUA serão fundamentais para moldar o futuro do mercado. A crescente demanda chinesa apresenta uma oportunidade dourada para o Brasil, mas a volatilidade geopolítica pode alterar rapidamente esse cenário. Os próximos meses serão cruciais para a definição das estratégias de exportação e para a saúde do setor agrícola brasileiro.
Com informações do InfoMoney
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