Cooxupé Busca Novos Horizontes em Meio ao Tarifaço
Diante de um cenário de “inércia política” nas negociações entre Brasil e Estados Unidos sobre o tarifaço, a Cooxupé, a maior cooperativa de cafeicultores do Brasil, está tomando iniciativas proativas para garantir a continuidade de suas operações. As ações incluem o fortalecimento de laços comerciais com gigantes do setor, como a rede Starbucks, e a exploração de novos mercados na Ásia, incluindo uma visita à China programada para as próximas semanas.
O presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, compartilhou essas informações durante o encerramento da sétima edição do Fórum Café e Clima, um evento que reúne produtores e especialistas do setor. Melo destacou a importância do diálogo e da ação, afirmando que “divergência se resolve conversando”. Ele enfatizou a necessidade de descomplicar as negociações em um momento crítico, onde a cooperativa vê o potencial de crescimento em mercados alternativos.
Os números falam por si: dos 25 milhões de sacas de café consumidas nos Estados Unidos no ano passado, 8,1 milhões vieram do Brasil, sendo que entre 1,5 milhão e 1,8 milhão foram exportados pela Cooxupé. Apesar das dificuldades impostas pelo tarifaço, Melo se mostrou confiante, afirmando que “nunca deixaremos de fazer negócio com os EUA”, mas que a cooperativa está se preparando para diversificar suas vendas.
Osvaldo Bachião Filho, vice-presidente da Cooxupé, reforçou a ideia de que o impacto do tarifaço ainda não é sentido plenamente pelo consumidor norte-americano, que, segundo ele, ainda está utilizando café adquirido antes da crise. Para os produtores brasileiros, no entanto, a situação é preocupante, uma vez que é difícil encontrar clientes que paguem os mesmos preços que os americanos.
No que diz respeito ao clima, o evento também abordou as previsões meteorológicas que podem influenciar a produtividade nas regiões de atuação da cooperativa. O agrometeorologista Marco Antônio dos Santos apresentou uma perspectiva otimista, embora cautelosa, sobre a safra. Ele mencionou a possibilidade do fenômeno La Niña afetar a produção, mas destacou que, ao contrário do ano passado, o cenário atual é “relativamente promissor”, com chuvas esperadas para favorecer a granação do café.
Com o clima jogando um papel crucial no sucesso da agricultura, a Cooxupé se posiciona não apenas como um fornecedor confiável, mas como um agente de mudança em um cenário de incertezas. A busca por novos mercados e a construção de relacionamentos comerciais sólidos são passos estratégicos que podem garantir a sustentabilidade do setor cafeeiro brasileiro, mesmo diante de desafios como o tarifaço.
Com informações do InfoMoney