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Tarifaço: Diálogo entre Haddad e Bessent é cancelado, impacta setores

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Conversas sobre Tarifas entre Brasil e EUA: Expectativas e Desafios

Recentemente, o cenário econômico entre Brasil e Estados Unidos ganhou destaque com a expectativa de uma conversa entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. A reunião, marcada para a quarta-feira (13), foi inicialmente vista como uma oportunidade para discutir as tarifas impostas pelo governo americano, que, desde julho, elevou as taxas de importação em 50% sobre produtos brasileiros.

Embora não houvesse previsões de avanços significativos durante o contato, especialistas como Otaviano Canuto, ex-vice-presidente do Banco Mundial, acreditavam que esse diálogo poderia abrir portas para uma nova agenda de negociação. Canuto destacou que, apesar de não se esperar resultados imediatos, era fundamental restabelecer um canal de comunicação com os EUA, que se encontrava interrompido.

A situação se tornou ainda mais complexa com o cancelamento da reunião, que, segundo Haddad, foi motivado por interferências políticas. No entanto, a pressão por avanços não diminuiu. Setores importantes da economia brasileira, como café, frutas e carnes, estão em busca de um acordo que permita tarifas diferenciadas. Marcos Matos, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), enfatizou que a negociação é crucial para incluir o café na lista de isentos das altas tarifas.

O Brasil, como maior produtor de café do mundo, enfrenta uma desvantagem competitiva significativa. Enquanto o México, um concorrente direto, não paga tarifas, os exportadores brasileiros estão preocupados com a possibilidade de perder espaço no mercado americano. Aguinaldo Lima, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), destacou que o café solúvel brasileiro será o mais afetado, o que poderia comprometer a competitividade do produto.

A conversa entre Haddad e Bessent não estava na agenda oficial do ministro, o que gera incertezas sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países. O diálogo, que estava confirmado por e-mail, poderia ser um primeiro passo para uma reunião presencial, dependendo da qualidade da conversa inicial.

A expectativa é que, com um cenário mais favorável, o Brasil possa negociar melhores condições, não apenas para o café, mas para outros produtos essenciais que compõem sua balança comercial. O futuro das relações econômicas entre Brasil e EUA depende, portanto, da habilidade dos líderes em estabelecer um diálogo construtivo e produtivo.

Com informações do InfoMoney

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