CMSE Mantém Parâmetros de Risco para o Setor Elétrico em 2026
SÃO PAULO (Reuters) – Em uma decisão que promete impactar diretamente a operação e a formação de preços do sistema elétrico brasileiro, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) anunciou nesta quarta-feira que manterá para o ano de 2026 os mesmos parâmetros de aversão a riscos que foram utilizados em 2025. A informação foi divulgada pelo Ministério de Minas e Energia, que destacou a eficácia dos critérios adotados no ano anterior.
De acordo com a avaliação do CMSE, as condições de risco implementadas em 2025 mostraram-se "satisfatórias". Apesar de um período chuvoso abaixo da média, os reservatórios das hidrelétricas conseguiram manter-se estáveis, com armazenamento superior a 65%. Essa robustez foi vista como um indicativo positivo da estratégia de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A decisão foi fundamentada em uma Nota Técnica conjunta elaborada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O processo também contou com a participação de agentes do setor por meio de uma consulta pública, permitindo um debate abrangente sobre os parâmetros a serem mantidos.
Um ponto importante discutido foi a recente modificação em janeiro deste ano nos modelos computacionais do setor elétrico. Esses modelos consideram dados sobre tendências de chuvas e armazenamento de energia, e são fundamentais para o planejamento da operação do setor e seus custos. A estratégia adotada em 2025 tinha como objetivo alinhar os modelos às operações reais, evitando que o país opere com baixos níveis de armazenamento, o que poderia comprometer a segurança do suprimento energético.
A memória coletiva ainda retém os desafios enfrentados em 2021, quando a baixa disponibilidade hídrica e a gestão inadequada dos reservatórios levaram a um despacho termelétrico intensivo, elevando os custos para os consumidores. Naquele ano, o setor precisou recorrer a empréstimos emergenciais bilionários para cobrir os custos adicionais na conta de energia. Assim, a decisão do CMSE não apenas reflete uma estratégia de mitigação de riscos, mas também reafirma o compromisso do setor em evitar crises semelhantes no futuro.
O cenário atual do setor elétrico, embora desafiador, mostra sinais de resiliência e adaptabilidade. A manutenção dos parâmetros de risco é um passo em direção a um abastecimento mais seguro e eficiente, beneficiando não apenas os consumidores, mas também a economia como um todo. A expectativa é que, com essas diretrizes, o Brasil continue a avançar na busca por um sistema elétrico mais sustentável e confiável.
Com informações do InfoMoney
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