Governo Brasileiro Busca Preservar Embraer Frente a Tarifas de Trump
Em meio a um cenário econômico desafiador, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou, em evento realizado no Aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, que o governo brasileiro está em diálogo com a Embraer para mitigar os impactos da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, uma medida recentemente imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A preocupação com a Embraer, uma das principais fabricantes de aeronaves do mundo, é crescente. Francisco Gomes Neto, presidente-executivo da empresa, já havia alertado que a tarifa poderia ter um efeito devastador, equiparando-se ao impacto econômico da pandemia de Covid-19. Os Estados Unidos representam o principal mercado para a Embraer, e a medida se apresenta como uma ameaça direta à sua receita e operações.
Durante sua declaração, Silvio Costa Filho enfatizou que todas as ações possíveis para proteger a Embraer estão sendo consideradas. Uma das estratégias mencionadas inclui a oferta de crédito ampliado à fabricante, que é vista como crucial para enfrentar os desafios impostos pela tarifa. "A Embraer sabe que tudo que puder ser feito e estiver ao nosso alcance, vamos fazer", afirmou o ministro, demonstrando o comprometimento do governo em apoiar a empresa.
A possível implementação da tarifa não se resume apenas a um aumento no custo dos produtos; ela pode desencadear uma série de consequências, como cancelamentos de pedidos e cortes de investimentos. Neto destacou que o custo adicional gerado por cada avião exportado para os EUA poderia chegar a aproximadamente US$9 milhões, o que representa um fardo significativo para a empresa.
O clima de incerteza em torno das tarifas foi exacerbado por declarações de outros políticos brasileiros, como a ministra Gleisi Hoffmann, que comentou a falta de disposição de Trump para dialogar sobre o tema. "O Brasil não tem a hegemonia de um grande país para nossas vendas, mas temos um mercado amplo no mundo", afirmou, ressaltando a necessidade de diversificação nas relações comerciais.
A situação da Embraer expõe a fragilidade de empresas que dependem fortemente de mercados externos e as complexidades das relações comerciais internacionais. À medida que o governo brasileiro busca soluções para proteger seus interesses, o futuro da Embraer e sua posição no mercado global permanecem incertos. A resposta do governo e da empresa às adversidades impostas por tarifas externas será crucial não apenas para a sobrevivência da Embraer, mas também para a saúde econômica do setor aeronáutico brasileiro como um todo.
Com informações do InfoMoney