Lula defende novo modelo de fomento internacional sem condicionalidades
Na última sexta-feira, 4 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo significativo durante a cerimônia de abertura do 10º Encontro Anual do Conselho de Governadores do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o Banco dos Brics. Em seu discurso, Lula enfatizou a necessidade de um novo modelo de fomento internacional que não dependa de condicionalidades, uma vez que a austeridade, segundo ele, “não deu certo” e resultou em um aumento na pobreza dos países.
Lula argumentou que a austeridade imposta por instituições financeiras internacionais apenas exacerba as desigualdades. "Toda vez que se fala em austeridade, o pobre se torna mais pobre e o rico fica mais rico", destacou. Essa afirmação reflete uma crítica contínua aos modelos econômicos tradicionais que muitas vezes priorizam o equilíbrio fiscal em detrimento do bem-estar social. O presidente também mencionou que, sem uma nova abordagem, a humanidade corre o risco de terminar o século XXI da mesma forma que começou.
A discussão sobre a criação de uma nova moeda de comércio surgiu como um ponto central de sua fala. Lula reconheceu que implementar essa ideia é um desafio complexo, com implicações políticas significativas. Contudo, ele acredita que essa mudança é crucial para evitar a repetição dos erros do passado. "Se a gente não encontrar uma nova fórmula, vamos terminar o século XXI igual a gente começou", alertou. Seu discurso ressoou não apenas entre os líderes presentes, mas também ecoou a necessidade de uma mudança estrutural nas relações econômicas globais.
O presidente Lula incentivou os governadores e líderes presentes a demonstrar ao mundo que é possível criar um novo modelo de financiamento que priorize o desenvolvimento inclusivo. Ele afirmou que a criação de um modelo sem condicionalidades pode ser uma resposta necessária às crises econômicas que muitos países enfrentam, especialmente aqueles em desenvolvimento.
O NDB, estabelecido pelos países do Brics — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, tem como missão promover o desenvolvimento sustentável e financiar projetos de infraestrutura. A visão de Lula para um novo modelo de fomento internacional se alinha com os objetivos do banco, que busca alternativas às práticas tradicionais de financiamento que muitas vezes incapacitam as nações mais vulneráveis.
À medida que o mundo enfrenta desafios econômicos sem precedentes, a proposta de Lula de um novo modelo de fomento representa uma tentativa de reimaginar a economia global, promovendo um crescimento mais equitativo e sustentável. A mensagem clara é que, para avançar, é preciso romper com paradigmas que, historicamente, apenas perpetuaram a desigualdade.
Com informações do InfoMoney