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Empresários e banqueiros alertam sobre riscos da dívida crescente

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O Clamor por Reformas Estruturais e o Desequilíbrio Fiscal: Reflexões de Líderes Empresariais

O cenário econômico brasileiro volta a ser tema central de discussões, especialmente em um evento recente do Grupo Esfera, realizado no Guarujá, litoral de São Paulo. O desequilíbrio fiscal do país foi destacado como uma preocupação premente por banqueiros e empresários, que pedem um ajuste nas contas públicas. André Esteves, do BTG Pactual, enfatizou a necessidade de um consenso sobre reformas estruturais, afirmando que a sociedade está se conscientizando de que não há mais espaço para a expansão dos gastos.

Neste domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reunirá com os líderes do Congresso, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, para discutir propostas alternativas para o aumento do IOF. A elevação desse imposto foi uma resposta à queda nas estimativas de receita do governo. Entre as medidas em pauta, estão a revisão de incentivos fiscais e a desvinculação de recursos para saúde e educação. Esteves comentou sobre um clima de consenso que, segundo ele, deve ser aproveitado para impulsionar reformas necessárias.

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, também expressou sua preocupação com a necessidade de “coragem” para enfrentar reformas estruturantes. Ele alertou que, sem ações concretas, a dívida pública pode continuar a crescer a um ritmo alarmante de 3% ao ano. Para ele, o diálogo entre setores é vital, pois a responsabilidade do ajuste fiscal não deve recair apenas sobre o governo.

A questão fiscal foi classificada como "inadiável" pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney, que enfatizou que o quadro positivo atual da economia não pode mascarar os desafios fiscais a longo prazo. Ele destacou a necessidade de engajamento do setor privado, afirmando que a carga tributária elevada é um problema que deve ser abordado em conjunto.

Enquanto isso, Wesley Batista, controlador da J&F, mencionou que o ajuste fiscal via receita "chegou ao limite". Ele vê a necessidade de rever gastos sociais, sugerindo que o governo deve focar em programas que realmente tragam benefícios.

Um ponto crucial debatido foi a relação entre a taxa de Selic e a política fiscal. Esteves e Maluhy concordaram que o patamar elevado da Selic é um mal necessário, dado o cenário inflacionário. Ambos expressaram que a inflação alta é, de fato, o "pior imposto".

Por fim, Esteves utilizou uma metáfora poderosa para descrever o desalinhamento entre a política monetária e fiscal, afirmando que é como "dirigir um carro com um pé no acelerador e outro no freio". Essa analogia sublinha a complexidade da situação atual, onde ações coordenadas são essenciais para guiar o Brasil rumo a um futuro econômico mais estável.

As falas desses líderes refletem um clamor por ação e compromisso em um momento crítico, onde a urgência de reformas estruturais se torna mais evidente. O tempo para agir é agora, e a colaboração entre governo e setor privado será fundamental para enfrentar os desafios fiscais do país.

Com informações do InfoMoney

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