Inflação de Abril: Pressões Persistentes e Expectativas de Alta na Selic
A inflação de abril, que registrou um aumento de 0,43%, revela uma dinâmica econômica complexa e desafiadora, segundo análises de economistas. Divulgado pelo IBGE em 9 de maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi impulsionado principalmente pelos setores de Alimentação e Bebidas (0,82%) e Saúde e Cuidados Pessoais (1,18%). Esses números evidenciam uma resistência à queda da inflação e indicam pressões sobre a taxa básica de juros, a Selic.
A surpresa mais notável foi a alta de 0,50% na média dos núcleos inflacionários, levando a uma reavaliação das expectativas de inflação por parte de instituições financeiras. A análise da XP destacou que a inflação continua a ser "persistente e desafiadora", sem sinais de moderação nos componentes cíclicos, especialmente em serviços.
Os produtos industrializados, liderados por vestuário, e os serviços, como alimentação fora do domicílio, apresentaram acelerações inesperadas. Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, sublinhou a surpreendente variação positiva de 0,80% em alimentação fora do domicílio, contrariando as previsões de desaceleração. “Os números mais fortes em serviços como consertos de automóveis e serviços bancários também contribuíram para essa reavaliação”, observou.
Gustavo Rostelato, economista da Armor Capital, reafirmou que, apesar de algumas categorias apresentarem deflação, a inflação em serviços permanece elevada, impactando as expectativas de inflação no futuro. O acumulado nos últimos 12 meses elevou-se para 5,53%, refletindo um cenário de alta que persiste.
Em decorrência dessa pressão inflacionária, a expectativa é que a Selic sofra nova elevação na próxima reunião do Copom, prevista para 18 de junho. Leonardo Costa, do ASA, projeta um aumento de 0,25 ponto percentual, prevendo que a taxa encerre o ano em 15%. A análise sugere que a inflação continuará a acelerar, pelo menos até setembro, antes de apresentar sinais de desaceleração.
A revisão da XP para a previsão de inflação em 2025 foi ajustada de 6% para 5,7%, evidenciando a persistência das pressões inflacionárias. O cenário é agravado por potenciais novos estímulos fiscais que podem elevar ainda mais a inflação de serviços nos próximos trimestres.
Com os dados atuais, a narrativa econômica se torna clara: a inflação é um tema central na agenda econômica brasileira, exigindo medidas decisivas para conter suas pressões. As expectativas de alta na Selic e a análise contínua dos componentes inflacionários serão cruciais para orientar as políticas monetárias e o futuro econômico do país.
Com informações do InfoMoney
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