IGP-10 de março apresenta leve alta de 0,04% com queda em commodities

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Desaceleração da Inflação: IGP-10 Surpreende com Queda em Março

Na manhã desta terça-feira, 18 de março, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou os dados do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) que surpreenderam analistas e economistas do Brasil. O índice apresentou uma alta de apenas 0,04%, muito abaixo da expectativa de 0,53% dos analistas consultados pela Reuters, e uma desaceleração significativa em relação ao avanço de 0,87% registrado em fevereiro. Essa queda é atribuída, principalmente, ao recuo nos preços das matérias-primas brutas.

Em um cenário de instabilidade econômica global, o IGP-10 mostrou uma variação de 8,59% em 12 meses, refletindo um cenário de incerteza que tem afetado diversos setores da economia. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do índice geral, também apresentou um desempenho negativo, com uma queda de 0,26% em março, após uma alta de 1,02% no mês anterior. Para André Braz, economista da FGV IBRE, a diminuição dos preços do minério de ferro, provocada pela crescente tensão nas relações comerciais dos Estados Unidos, é um dos fatores que impactaram essa retração.

Os principais responsáveis pela diminuição do IPA foram os preços do minério de ferro, que passaram de 0,42% para -2,12%, além da carne bovina e dos bovinos, que também apresentaram quedas significativas. A categoria de Matéria-Primas Brutas teve deflação de 1,36% em março, após um aumento de 1,49% no mês anterior, refletindo uma diminuição geral nos preços de insumos.

Por outro lado, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que compõe 30% do índice geral, registrou uma alta de 1,03% em março, uma aceleração em relação ao aumento de 0,44% em fevereiro. Essa elevação foi impulsionada por aumentos nos preços de habitação, alimentação, vestuário e despesas diversas. Entre os itens que mais impactaram o IPC, destacam-se a tarifa de eletricidade residencial, que subiu 11,31%, e o aluguel residencial, com um aumento de 3,32%.

Além disso, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) desacelerou sua alta, apresentando um crescimento de 0,43% em março, em comparação com 0,55% em fevereiro. O IGP-10 é calculado com base nos preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência, refletindo a dinâmica econômica do país.

Esses dados revelam um cenário misto para a economia brasileira, com a desaceleração do IGP-10 proporcionando um alívio temporário em meio a um ambiente de incertezas globais e pressões inflacionárias. Economistas esperam que essa tendência de desaceleração possa influenciar as decisões de política monetária do Banco Central, que enfrenta o desafio de equilibrar o crescimento econômico com o controle da inflação.

Com informações do InfoMoney

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