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Humanos e macacos compartilham padrão de ondas cerebrais

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Estudo revela padrão de ondas cerebrais em primatas, incluindo seres humanos

Um grupo de pesquisadores fez uma descoberta surpreendente sobre o funcionamento do cérebro de primatas, incluindo os seres humanos. Eles identificaram que essas espécies compartilham um padrão semelhante de ondas cerebrais, o que pode ter implicações importantes no diagnóstico e tratamento de doenças degenerativas, como Alzheimer e esquizofrenia.

O estudo, publicado na revista Nature Neuroscience, revelou que os padrões de ondas cerebrais são observados em seis camadas do córtex, a parte externa do cérebro. Os pesquisadores observaram que as frequências mais altas estão presentes nas camadas superficiais, enquanto as mais baixas estão nas camadas inferiores dos primatas.

Esses padrões de ondas estão relacionados à recepção de informações pelo cérebro. É possível que as ondas de menor frequência, chamadas ritmos alfa-beta, desempenhem um papel na filtragem de informações no pensamento consciente, enquanto as ondas mais rápidas, conhecidas como ritmo gama, refletem os pensamentos conscientes.

André Bastos, autor sênior do estudo, explicou que as ondas alfa-beta têm a função de “arrancar um pensamento do palco para deixar outro entrar”. Isso sugere que esses padrões de ondas estão envolvidos na forma como o cérebro direciona sua atenção e processa informações.

Os cientistas descobriram que o padrão de ondas cerebrais está presente em 14 regiões diferentes do córtex de primatas, incluindo macacos, humanos e saguis. No entanto, ao investigar o cérebro de ratos, não encontraram o mesmo padrão, o que sugere uma especificidade desses padrões nas espécies de primatas.

Embora ainda não tenha sido comprovado definitivamente, acredita-se que esses padrões de ondas possam atuar como um guardião de informações em cada espécie de primata. Isso levanta a possibilidade de que esses padrões desempenhem papéis semelhantes nos processos cognitivos dos seres humanos.

Para avançar nas pesquisas, os cientistas planejam realizar estudos que envolvam tarefas específicas realizadas pelos primatas enquanto seus cérebros são escaneados. Isso poderá fornecer insights valiosos sobre como esses padrões de ondas cerebrais influenciam o comportamento e a cognição desses animais.

Além disso, os pesquisadores estão interessados em investigar se condições que perturbam o cérebro podem afetar o padrão de ondas. Existem indicações de que distúrbios como Alzheimer e esquizofrenia podem estar relacionados a anomalias no ritmo gama, o que torna crucial entender melhor esses padrões para o desenvolvimento de novas abordagens de diagnóstico e tratamento.

Em resumo, a descoberta desses padrões de ondas cerebrais compartilhados entre primatas, incluindo os seres humanos, representa um avanço significativo no entendimento do funcionamento do cérebro. Com pesquisas adicionais, espera-se que esses padrões possam ser explorados para melhorar a saúde cerebral e o tratamento de condições neurológicas complexas.

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