Os gars são peixes primitivos que são considerados fósseis vivos devido à sua evolução lenta. Uma nova pesquisa liderada por Chase Brownstein, da Universidade de Yale, explora a razão por trás dessa evolução lenta e como eles podem criar híbridos com outras espécies após milhões de anos de separação.
Os gars pertencem à família Lepisosteidae e são os únicos sobreviventes do clado Ginglymodi. Eles possuem nadadeiras raiadas e são conhecidos por ter a taxa de evolução molecular mais lenta entre todos os vertebrados com mandíbula. Esses animais têm suas origens no período Jurássico, há cerca de 150 milhões de anos, convivendo com os dinossauros.
Atualmente, existem sete espécies de gars que se dividem em dois gêneros separados há aproximadamente 100 milhões de anos. Surpreendentemente, membros desses dois grupos ainda conseguem se reproduzir entre si e gerar descendentes férteis. Esse fenômeno desafia a lógica da evolução e se equipara à reprodução de animais tão distintos quanto chimpanzés e cangurus.
A pesquisa liderada por Chase Brownstein utilizou amostras de DNA de centenas de invertebrados para analisar os gars. A partir da investigação, descobriu-se que a evolução desses peixes é extremamente lenta se comparada a outros grupos de vertebrados. Isso sugere que o ancestral comum dos gars pode ser muito mais antigo do que se pensava, permitindo a reprodução entre diferentes grupos mesmo após milhões de anos.
Segundo Brownstein, os fósseis vivos como os gars não são acidentes na história da evolução, mas fornecem insights cruciais sobre o processo evolutivo na natureza. Essas descobertas podem ter aplicações não apenas na compreensão da biodiversidade, mas também na pesquisa médica, melhorando a saúde humana.
Apesar de sua evolução lenta, os gars demonstram uma capacidade impressionante de adaptação a diferentes ambientes e climas. Eles possuem diversas características únicas, como a habilidade de respirar ar, ovos tóxicos, escamas blindadas e a capacidade de viver em água salgada e climas variados.
Os pesquisadores estão ansiosos para continuar explorando os gars e entender como a eficiente reparação do DNA desses animais contribuiu para sua sobrevivência ao longo dos milênios. Esses peixes antigos continuam a desafiar a compreensão da evolução e oferecer insights valiosos sobre a história da vida na Terra.